Para 22% dos operadores turísticos a retomada do faturamento ao nível pré-pandemia ocorrerá ainda neste segundo semestre, segundo o levantamento da Braztoa. Mas, a maioria (30%) aposta mesmo é em uma recuperação no primeiro semestre de 2022. A alta da inflação, no entanto, preocupa.
O indicador vem pressionando toda cadeia, desde o combustível usado pelos setores rodoviário e aéreo, até os gastos com energia elétrica e alimentação, que impactam a alimentação fora do lar e hotéis, por exemplo.
O consultor e assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (Fecomércio-SP), Guilherme Dietze, entende que essa pressão inflacionária sobre a renda das famílias, especialmente as de classe média, é um fator negativo, num cenário em que já há endividamento.
"As famílias estão com o orçamento apertado e não é algo conjuntural, mas estrutural", avalia, lembrando que o Banco Central dispõe de soluções, como o aumento da taxa de juros, o que já reflete entre os empresários que estiverem pensando em tomar empréstimos.
Para o economista, Gilberto Barbosa, da V8 Capital, por termos um cenário base transitório, o avanço da vacinação deve continuar beneficiando o turismo. "Acho que um risco maior que a inflação ou dólar é se uma nova cepa se desenvolver mais rápido, mas não acho que isso é um cenário base."
Sobre a alta do patamar de preços, Gilberto avalia que, "conforme o mundo voltar ao normal, os preços nesses setores devem arrefecer".