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Fatores que podem ameaçar o ritmo de crescimento do setor
Economia

Fatores que podem ameaçar o ritmo de crescimento do setor

Segundo semestre
Edição Impressa
Tipo Notícia

Apesar da boa fase vivenciada pelo mercado imobiliário, há alguns pontos de atenção que devem pressionar o preço dos imóveis no decorrer do ano. Dentre estes, a redução do estoque, novas elevações na taxa básica de juros (Selic), hoje, em 4,25% ao ano, e o aumento de preços dos insumos da construção.

O presidente do Sindicato dos Construtores do Ceará (Sinduscon-CE),Patriolino Dias, diz que o preço do aço, por exemplo, mais que dobrou do ano passado para cá. E esse aumento do custo de produção já começa, aos poucos, a chegar aos preços dos imóveis que estão sendo lançados.

Da mesma forma, com a redução dos estoques das construtoras, haverá um hiato até que as novas unidades lançadas fiquem prontas. "Vai ter um momento em que continuará a procura, mas não vai ter oferta".

Os juros do crédito imobiliário também devem subir, acompanhando a trajetória de alta da taxa básica, a Selic. Mas, para a presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Cristiane Portella, dado o funding da indústria, que são os recursos aplicados na caderneta de poupança, até isso tem um limite.

Desde 2012, a poupança paga 70% da Selic quando a taxa está abaixo de 8,5% ao ano. Quando sobe acima desse patamar, passa a oferecer aos investidores uma taxa fixa de 0,5% ao mês (ou 6,17% ao ano). Desta forma, mesmo que a Selic voltasse para dois dígitos - cenário não considerado pela Abecip pelo menos nos próximos 10 anos - o custo do funding dos bancos seria inferior, explica Cristiane.

"Devemos verificar no segundo semestre ajustes para cima dos juros, mas não necessariamente na mesma magnitude de Selic, pois os financiamentos imobiliários são de longo prazo, temos um momento de competição pró-consumidor entre as instituições. Se olharmos para o histórico, ainda serão taxas atrativas".

A inadimplência, apesar de ter tido um leve crescimento neste ano, saindo de 1,6% em 2020 para 1,8% em junho de 2021, também não chega a preocupar, reforça Cristiane. "Dado que estamos vendo aumento do emprego formal acumulado e dada a relevância do imóvel no orçamento das famílias, não vemos que a inadimplência será uma questão importante, nem vai diminuir o apetite das instituições para conceder crédito".

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