Os consumidores de Fortaleza têm de rodar mais para abastecer o veículo com uma precificação melhor. Isso porque o preço mais alto do litro da gasolina no Estado a R$ 6,29 é encontrado na Cidade, bem como o mais em conta do Ceará também, a R$ 5,37.
O pico do valor é o maior do produto na Capital na comparação das quatro últimas semanas das pesquisas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP). O levantamento atual é referente até o dia 23 de julho e mostra apenas os números, sem detalhar endereços dos postos.
No Ceará, a precificação média do combustível fica em R$ 5,80. Das 27 unidades da federação, considerando os preços mais elevados para o mais em conta, o Estado figura na 18ª posição.
O litro médio da gasolina mais cara do Brasil fica no Acre (R$ 6,38), seguido do Rio Grande do Norte (R$ 6,32), Rio de Janeiro (R$ 6,29) e Piauí (R$ 6,23). Os mais baratos são no Amapá (R$ 5,023), Roraima (R$ 5,46), São Paulo (R$ 5,46) e Paraná (R$ 5,49).
Quando se comparam os valores médios no Ceará, Iguatu lidera com a gasolina a R$ 6,13, depois vem Itapipoca (R$ 6,11), Sobral (R$ 6,09) e Crato (R$ 5,94). Na Capital, pela disparidade tão grande de comercializações, a média fica em R$ 5,75
A divergência encontrada nos preços da gasolina em postos de Fortaleza pode ser explicada pela movimentação de volume e pelo modelo de gestão de cada estabelecimento. O cenário é apontado pelo especialista em Petróleo e Gás Bruno Iughetti: “Existem postos que movimentam grande volume mensal de combustível e, neste caso, o custo por litro, para eles, cai. Existem postos que sobrevivem com a venda de gasolina em volumes bem menores. Para manter a sustentabilidade do negócio, eles são obrigados a elevar o preço, não levando em consideração se, por ter um preço superior, vão perder volume.
Ele acrescenta: “Então, são dois parâmetros: o posto que vende muito e pode realmente bancar o preço da gasolina a níveis inferiores, e o posto que tem vendas pequenas, mas com volume menor, evidentemente tem que elevar o preço para manter sua sustentabilidade”.
Levando em consideração a variação do preço do petróleo cru no mercado internacional e também a desvalorização cambial, Iughetti analisa que a tendência até o fim deste ano é a manutenção da gasolina entre R$ 6 e R$ 6,20 em Fortaleza. Mesmo com uma estimativa de queda no preço da refinaria por parte da Petrobras, a situação aponta para uma estabilização nessa faixa de valores.
Diante das diferenças de venda da gasolina observadas, vindas das concorrências entre postos, Bruno Iughetti lembra da ação de consumidores de procurarem os menores preços. Ele orienta: “O consumidor deve continuar pesquisando. Não esquecer também de, se o carro for flex, verificar a conveniência de abastecer o veículo com etanol hidratado, que é outra forma que o consumidor final tem para amenizar o impacto do custo do combustível”.
O valor médio do gás natural no Ceará é o quarto maior do Brasil, a R$ 4,30, e o segundo do Nordeste, atrás apenas do Rio Grande do Norte (R$ 4,31). No Estado, Canindé tem o mais alto preço médio (R$ 5,06).
Em relação ao diesel, o Ceará figura em 6º no País com a precificação média mais alta, a R$ 4,76. Iguatu lidera no Estado com a média mais cara, com o combustível comercializado a R$ 4,89.
Também é produto que tem um dos litros médios mais caros do Brasil, vendido a R$ 5,206 e ficando em 7º dentre as 27 unidades da Federação. Canindé destaca-se com etanol mais caro na média, a R$ 5,39.
O preço médio do gás de cozinha no Estado está em R$ 96,73, variando de R$ 79 na mínima e R$ 110 na máxima. Sobral vem à frente na média, a R$ 100,67, mas é em Fortaleza o maior valor encontrado do botijão de gás de 13 kg, a R$ 110.
Colaborou Miguel Araújo/Especial para O POVO