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Os desafios para retomada dos setores
Economia

Os desafios para retomada dos setores

Efeito da pandemia
Edição Impressa
Tipo Notícia

Em função dos seus indicadores sanitários, a região do Cariri foi a última no Estado a avançar no plano de reabertura da economia na segunda onda da pandemia, neste ano. Somente no dia 28 de junho, a flexibilização das atividades econômicas foram equiparadas em todo o Estado. Indústrias calçadista e têxtil e varejo, principais vocações daquela região, aos poucos estão retomando o ritmo, mas segmentos do turismo, sobretudo o de negócios e o religioso, e a cadeia produtiva que gira em torno deles enfrentam maior dificuldade de recuperação.

É o que explica o gerente de negócios estratégicos da Fecomércio no Cariri, Isaac Coimbra. "No comércio varejista a gente já vê o consumo voltando, ainda não é como antes da pandemia, mas está mais rápido. Já turismo, ainda está bem afetado". Por isso, para ele, é fundamental pensar em soluções visando a reestruturação das conexões com a região. "Antes tínhamos voos diários, agora, temos voos Juazeiro-Fortaleza apenas alguns dias. Mas, sem eventos, que só foram autorizados a voltar agora, e com o dólar caro também, tudo isso acaba impactando diretamente no turismo de negócios, que é uma vocação consolidada aqui".

O turismo religioso na região que costumava ter seu ápice no segundo semestre com a realização das romarias, em função das atuais restrições sanitárias relacionadas aos grandes eventos, neste ano, ainda não será como antes. Mas Coimbra acredita que essa continua como uma forte aposta para os próximos anos, bem como o turismo de lazer. "Os roteiros paleontológicos, Geopark, a rota dos museus orgânicos, tudo isso estava sendo fortemente trabalhado e foi atravessado aí pela pandemia. Mas já estamos voltando a trabalhar no desenvolvimento desses segmentos".

A indústria do Cariri que até 2018 respondia por 7,62% do que é produzido no Estado, segundo os dados do Instituto de Pesquisa Econômica do Ceará teve neste ano um impacto menor em relação à primeira onda, mas também precisa de mecanismos para acelerar na retomada, avalia o presidente do Sindicato da Indústria de Calçados e Vestuário do Cariri, Abelito Sampaio.

No curto prazo, dentre os principais desafios do setor, está a ruptura da cadeia de abastecimento, que está afetando e encarecendo a retomada da produção. No médio e longo prazo, ele também vê necessidade de impulsionar a internacionalização das empresas. Mas diz que hoje o empresário está otimista.

"Principalmente porque se tem uma perspectiva mais positiva em relação ao avanço da vacinação. E tem uma demanda reprimida muito grande que deve ganhar mais fôlego a partir de agosto, setembro. Acredito que será de muita procura, o que vai ajudar na retomada do consumo". (Irna Cavalcante)

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