Com grande parte dos setores já retomando atividades, os indicadores sanitários relacionados à Covid-19 melhorando e o avanço da vacinação no País, o economista Vicente Férrer, avalia que o Programa Emergencial de Preservação do Emprego e Renda (BEm) cumpre sua missão e não há necessidade de novas prorrogações. Mas chama atenção para a importância de pensar em alternativas mais perenes para melhorar o ambiente de negócios.
Sobretudo, aquelas que favoreçam o crescimento do nível do emprego em geral. "Precisamos de medidas sustentáveis. O Governo precisa agora trabalhar de forma não só a reduzir os impactos da Covid, mas fazer com que esse crescimento previsto até o fim do ano consiga trazer o Brasil aos níveis anteriores".
Ele cita, por exemplo, concentrar esforços para garantir a conclusão da vacinação, fazer a reforma tributária e administrativa, além de medidas para desburocratização e mais crédito. "Principalmente, para as que mais sofreram na pandemia".
O conselheiro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon Ceará), Francisco Bezerra, também acredita que não há necessidade de prorrogação. A não ser caso surjam novos fatores como um recrudescimento de casos em razão das novas cepas que estão entrando no País, que forçem um retrocesso nas flexibilizações.
"O programa não deve ser entendido de maneira permanente. Até porque já houve desde o Governo Temer e foi continuado pelo Governo Bolsonaro uma série de medidas de desregulamentação do mercado de trabalho, como a carteira verde e amarela, que já são flexibilização maior de dispensa de empregados"
Mas, também entende que é preciso pensar em soluções específicas para aqueles segmentos que seguem com maior dificuldade nesta retomada. "Alternativas de socorro poderiam ser pensadas, podendo bancar parte da folha, desoneração fiscais, programas de crédito como Pronampe que poderiam ser alternativas mais interessantes do que esse programa"