Em condições ideais, um ciclo carnavalesco dura praticamente 365 dias. Contudo, a pandemia não só impediu a realização do Carnaval de 2021, como deixou, no mínimo, as coisas bem mais complicadas para quem deseja realizar um evento em 2022.
De acordo com o secretário da Cultura de Aracati, Luan Mota, para um munícipio habituado a sempre trazer grandes atrações nacionais nessa época do ano, “é necessário no mínimo seis meses de antecedência, até para ter uma segurança fiscal e financeira, ainda mais com o nosso orçamento quase todo voltado nesse momento para lidar com a pandemia”. Ele acrescenta que outra dificuldade, um tanto inesperada, é quanto à agenda dos artistas.
Realidade diferente enfrenta a diretora do Festival Jazz & Blues, Maria Amélia Andrade. Com tradição de receber grandes nomes internacionais. “Muitos estrangeiros não querem vir ao Brasil, por conta da pandemia. Além disso, com a cotação do dólar é inviável contratá-los. Ao mesmo tempo, a gente tem excelentes músicos aqui”, constata. Mesmo com as dificuldades, ela disse acreditar que consegue organizar o evento com até 30 dias de antecedência.
Por fim, Pingo de Fortaleza afirma que com adaptações e limitações, não só o Maracatu Solar, que lidera, como outras agremiações carnavalescas, seguiram se preparando e devem conseguir desfilar no próximo ano, caso o Carnaval seja confirmado. “Dá para fazer em um prazo bem menor que o habitual, com o envolvimento dos próprios brincantes e de uma cadeia econômica muito grande, que vai dos ambulantes às grandes empresas”, conclui.
Conforme O POVO apurou junto às Secretarias da Cultura de Fortaleza e do Ceará, bem como à Secretaria Estadual da Saúde do Ceará (que definiu os protocolos dos eventos-teste) não há previsão, ainda, sobre a realização do Carnaval em 2022.