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Falta de avanço nas flexibilizações provoca críticas
Economia

Falta de avanço nas flexibilizações provoca críticas

Setores. Da economia
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A decisão do Governo de manter o decreto atual como está causou indignação de entidades ligadas aos setores produtivos. Várias haviam pedido ampliação, seja de horário de funcionamento ou de capacidade de atendimento.

O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Fortaleza, Assis Cavalcante, disse que foi pego de surpresa com a decisão do governador. "Não é bom. A gente havia pedido para o Comércio abrir uma hora mais cedo, às 8 horas, considerando justamente o aumento do movimento para o Dia dos Pais e essa seria uma forma de diluir o atendimento ao longo do dia."

Ele conta que o segmento também tinha que o medidor de temperatura na entrada dos shoppings passasse a ser optativo, já que ficou demonstrado pouca eficácia do equipamento para identificação de casos.

Já o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel - CE), Taiene Righetto, afirma que a prorrogação do decreto sem alterações será desastrosa para o setor. Sobretudo, considerando que o Programa Emergencial de Preservação do Emprego e Renda (BEm), que prevê suspensão de contrato de trabalho e redução da jornada e salário, vai encerrar no fim deste mês. O setor havia pedido a ampliação do horário de funcionamento dos restaurantes até meia noite, hoje vai até às 23 horas, e a liberação da capacidade total de funcionamento.

"Não tem sentido algum (a decisão de Camilo). Não é impedindo o restaurante de funcionar que vai controlar a variante Delta, tem que ser nos aeroportos. Para nós só demonstra que ele não aprendeu nada nesta pandemia. Além de não resolver, só vai agravar a questão do emprego porque com o BEm acabando não teremos como manter todo esse pessoal trabalhando."

O presidente do Sistema Fecomércio Ceará, Luiz Gastão Bittencourt, classificou como "conservadora" a decisão de Camilo em relação ao decreto. Segundo ele, apesar de ter potencial de contágio maior, a variante Delta não tem incidência de mortes maior do que as demais variantes. "Há uma preocupação de todos em relação à saúde, mas houve um avanço da vacinação e as taxas de ocupação dos hospitais estão caindo, mesmo com a nova variante já circulando. Então acho que ele poderia ter avançado no decreto mais um pouco."

Também vê com preocupação um eventual pedido de apresentação obrigatória do comprovante de vacinação ou de testagem prévia no aeroporto. "Não existe na legislação brasileira a obrigatoriedade da vacina. Além disso, existem outros mecanismos, como a testagem gratuita no aeroporto, quando chega, que já está sendo oferecida. Não pode barrar assim o acesso das pessoas ao Estado".

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