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A ideia é boa, mas alguns pontos trazem mais dúvidas que benefícios
Economia

A ideia é boa, mas alguns pontos trazem mais dúvidas que benefícios

Para especialistas
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Tipo Notícia

Na avaliação do economista, Lauro Chaves, professor da Universidade do Estado do Ceará (Uece) e consultor de empresas, independente do uso eleitoral que pode ser feito do Auxílio Brasil, ter uma versão mais turbinada do Bolsa Família é extremamente positiva pois significa que o País dá mais um passo para implantação de um programa de renda mínima mais robusto. Mas, há dois pontos na proposta que preocupam: a fonte de financiamento e o crédito consignado.

Ele reforça que essa discussão sobre o Bolsa Família, assim como o pagamento do Auxílio Emergencial no ano passado e neste ano, aparentemente, demonstraram para sociedade a importância que programas de transferência direta de renda têm enquanto mecanismos efetivos de combate à pobreza extrema e de proteção aos vulneráveis.

"Mas existem inúmeras formas de fazer isso. A proposta do Governo de tentar diferenciar as necessidades das famílias, categorizando benefícios diferentes, por exemplo, a meu ver é extremamente positiva. Porém, condicionar isso à PEC dos Precatórios é um grande absurdo porque essa é uma questão institucional de causas já julgadas e que não poderiam servir de moeda de troca."

A opinião é compartilhada pelo economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sachez, que ressalta que, ainda que a vinculação entre ambos não exista de fato, os precatórios estão sendo usados como contrapartida da elevação de gastos do Bolsa Família. Ele reforça que a estratégia de Bolsonaro de elevar o valor do Bolsa Família tem como "externalidade" a eleição de 2022, e a sensibilidade da popularidade dele às injeções de capital já sofreu teste com o auxílio emergencial, mas condicionar as duas coisas seria algo extremamente ruim, com contorno constitucional ao teto de gastos.

Reinaldo Domingos, do canal Dinheiro à Vista e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), também não concorda com a possibilidade de até 30% do valor do benefício poder ser descontado na fonte para abater eventuais empréstimos consignados.

"Em um primeiro momento essa medida pode parecer justificada, pois parte do princípio de que outras pessoas possuem esse direito. Contudo, existe um grande risco por trás da medida, sendo que esse é um valor que é prioritariamente direcionado para tirar as pessoas da pobreza e subsistência e ao possibilitar a utilização para empréstimos se perde a finalidade."

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