A parceria público privada (PPP) fechada entre a Companhia de Gás Natural do Ceará (Cegás), a Prefeitura de Fortaleza e a GNR Fortaleza foi destacada pela empresa estadual na semana passada. A injeção do biometano produzido no aterro na tubulação operada pela Cegás oferece uma alternativa de energia mais limpa nos usos doméstico, industrial ou veicular para os quais a companhia presta serviço, além de ajudar no desenvolvimento do hub de hidrogênio verde do Ceará.
O acordo assinado em 2014 garantiu o pioneirismo para o Ceará, uma vez que a regulação nacional para o setor foi criada em 2017, especificando as características que o gás natural renovável precisa ter para ser distribuído na rede das distribuidoras. Em maio de 2018, a Cegás tornou-se a primeira distribuidora do Brasil a injetar em sua rede de gasodutos o biogás, destinando, inicialmente, toda a produção à Cerbras.
"Foi a primeira e continuamos a única. Outras distribuidoras, naturalmente, agora estão se organizando para avançar nesse sentido. Hoje, cerca de 15% do consumo de gás dos nossos clientes automotivos, residenciais, industriais e comerciais é de Gás Natural Renovável. Esse percentual é um dos maiores do mundo", ressaltou Hugo Figueirêdo, presidente da Cegás, em nota.
O texto relembra ainda que, também em 2018, a Cegás e a GNR Fortaleza assinaram um contrato para ampliar a oferta de biogás em 20%, no qual a empresa se comprometeu a aumentar sua produção 75 mil metros cúbicos para 90 mil metros cúbicos diários de biometano.
A usina capta o biogás produzido no aterro em 230 poços de gás. Depois, é encaminhado para a planta de purificação, onde ocorre a transformação em biometano, combustível que é totalmente compatível com o gás natural que já era usado pela Cegás na tubulação. O projeto do Gasoduto de 23 quilômetros está adequado à Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada e sancionada em 2010, e à Política Estadual de Resíduos Sólidos do Ceará, de 2016.
Sobre a colaboração desta operação para o hub de hidrogênio verde, Figuerêdo explicou: "Toda a nossa experiência que tivemos em colocar o biometano na rede, podemos aproveitar e replicar essa experiência do ponto de vista regulatório, operacional e fiscal, a fim de transferir para o hidrogênio verde. As etapas para que se possa chegar ao consumidor final são semelhantes. Neste momento, nós estamos discutindo com parceiros que têm nos procurado para avançar com projetos-pilotos de distribuição de hidrogênio verde, seja 100% entregue a determinado cliente, seja injetado na rede."