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Por que o Governo considera que não há risco ao consumo humano
Economia

Por que o Governo considera que não há risco ao consumo humano

Explicação. Comercialização
Edição Impressa
Tipo Notícia

Desde que os dois casos de "vaca louca" em frigoríficos brasileiros foram confirmados pelo Ministério da Agricultura, no último dia 4, há um esforço dos governos e de especialistas em assegurar que não há riscos ao consumo humano ou animal. Além de se tratarem de casos atípicos, detectados durante inspeção "ante-mortem", procedimento usado para animais que apresentam idade avançada, os casos foram identificados de forma preventiva antes do gado ir para o abate.

O gerente de educação sanitária da Agência de Defesa Sanitária do Ceará (Adagri), David Caldas, explica que é preciso olhar sempre para o caso concreto. E nas duas situações que foram identificadas o cenário que se tem é de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) atípica, que ocorre de maneira espontânea e esporádica, e não está relacionada à ingestão de alimentos contaminados. É verificada uma mutação em um único animal.

Já a do tipo clássico está relacionada à contaminação por alimentação, geralmente, quando os ruminantes bovinos se alimentam de maneira inadequada, com forragens que antes serviram à criação de aves, por exemplo. "O que é proibido no Brasil porque como essas aves se alimentam de farinha de carne e osso, muitas vezes isso acaba sendo liberado nas fezes e pode deixar vestígios nos galpões, que podem desencadear a doença. Mas no Brasil nunca tivemos ocorrência do tipo clássico".

E mesmo os casos atípicos, esses são o quarto e o quinto caso confirmado no Brasil em 23 anos de vigilância para a doença, segundo o Ministério da Agricultura.

Ele reforça que além da inspeção pelo órgão federal, o produto passa também pelo Serviço de Inspeção Estadual (SIE). Ou seja, há uma dupla verificação antes do produto chegar ao mercado. E a própria legislação brasileira prevê que casos positivos devem ser notificados de forma imediata.

No Ceará, não foram identificados nenhum dos dois casos, tanto na produção própria - que é pequena - como na que vem dos frigoríficos. "Portanto, o risco de contaminação é muito, muito baixo", afirmou.

O presidente do Sindicarnes, Everton Lima, também não vê riscos. Ele lembra que os casos notificados foram em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG) e a carne que abastece o Ceará vem principalmente do Pará, Goiás e Maranhão.

Mas, independentemente da origem do frigorífico, Everton ressalta que nos dois casos o gado não passou para o abate.

"O risco é zero porque foi identificado antes de entrar para o abate. E mesmo se, porventura, esse animal viesse para ser abatido aqui, além de passar pela inspeção federal, essa carne precisaria passar também pelo Serviço Inspeção Estadual (SIE), então, não há perigo de contaminação".

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