Não há mais tempo neste ano para perspectivas econômicas auspiciosas. Conforme a 3ª edição da pesquisa Radar Febraban, otimismo quanto à recuperação econômica, só em 2022. A maior parte da população, aponta o levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) só enxerga no horizonte dos próximos seis meses nuvens de apreensão com desemprego, inflação e perda do poder de compra, com juros mais elevados.
Mais de dois terços (68%) dos consultados têm fé de que sinais de recuperação econômica aparecerão em 2022. Mas os descrentes na melhora do cenário, nem mesmo em 2022, que no primeiro levantamento somavam somente 9%, agora já são 15%. Entre os mais jovens, entre 18 a 24 anos, a desilusão é ainda mais grave, vai a 21%.
A pesquisa foi realizada entre 2 e 7 de setembro, com 3 mil entrevistados. A primeira edição foi feita em março e a segunda, em junho.
Depois de uma breve recuperação na segunda edição da pesquisa, o grupo dos que perderam as esperanças de recuperar suas finanças ainda este ano foi a 55%. Apenas 18% ainda acreditam na melhora de sua situação financeira até o Natal, com um recuo de 5 pontos porcentuais em relação à edição anterior do Radar Febraban.
Pouco mais da metade dos consultados (51%) acredita que o poder de compra do brasileiro é declinante. Em junho, esse porcentual havia cedido a 48% dos entrevistados, mas o pessimismo quanto a esse aspecto havia sido bem maior em março, quando 64% temiam pela perda de poder aquisitivo.
Em parte, o consumo tende a perder embalo com o enfraquecimento de um de seus principais estímulos. Para 76%, os juros vão subir, uma proporção igual à de março.
Já a confiança nos bancos chegou a 60% do total. "A credibilidade no setor bancário alcançou os patamares mais elevados de opinião positiva desde o início da série histórica do estudo", aponta o cientista político e sociólogo Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas, responsável pela pesquisa. (Agência Estado)