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O ponto fora da curva criado pelo setor na pandemia
Economia

O ponto fora da curva criado pelo setor na pandemia

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Tipo Notícia

O consultor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Eduardo Zylberstajn, explica que, de maneira geral, o momento macroeconômico é delicado e isso tem trazido preocupação ao mercado. Mas, ao mesmo tempo, os indicadores de crédito imobiliário têm sido muito positivos, ainda com o endividamento e nível de desemprego alto no País.

De fato, o volume de financiamentos imobiliários em 2021 tem batido sucessivos recordes. No acumulado até julho, o crédito com recursos da poupança superou R$ 1,9 bilhão no Ceará. Alta de 150,37%, ante igual período de 2020, e acima da média brasileira (113,8%), segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Ele explica que isso ocorre, em parte, porque apesar dos juros estarem subindo, ainda estão em níveis historicamente baixos. Basta lembrar que, em 2015 e 2016, por exemplo, a Selic estava em 14,25% ao ano. Ou seja, ainda é favorável ao consumidor.

"E espera-se que a questão da inflação alta dos insumos do setor, que ainda guarda relação com a pandemia, volte a alguma normalidade nos próximos meses".

Ele avalia que as mudanças no Minha Casa Verde e Amarela já eram esperadas pela própria questão da defasagem do poder de compra do consumidor no período, já que a última mudança foi em 2017.

Mas chama atenção o movimento atípico feito pela Caixa, de atuar na contramão do mercado. E pode favorecer tanto a questão do acesso à moradia pelas faixas de renda mais baixas, como demais faixas de renda no segmento SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo). "É realmente estranho, resta saber se é sustentável para o banco mais lá na frente".

De todo modo, são medidas que devem produzir efeito positivo favorável ao setor e ao bolso do consumidor. "E temos no Brasil uma demanda estrutural muito elevada por moradia."

O presidente da Abrainc, Luiz França, destaca que, para os compradores, em particular, manter os juros do crédito imobiliário em baixo patamar é a garantia do acesso ao imóvel. Em média, cada 1% ponto percentual de queda na taxa equivale a uma redução de 9% no valor da parcela do financiamento.

"Graças à diminuição dos juros do financiamento nos últimos quatro anos é que uma pessoa, com a mesma renda ajustada pela inflação, consegue comprar um imóvel maior em função das melhorias nas condições de financiamento. O mercado imobiliário está crescendo em opções de produtos, condições de pagamento e competitividade no setor."

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