A projeção do mercado financeiro para a inflação neste ano se distanciou ainda mais do teto da meta perseguida pelo Banco Central. Os economistas elevaram de 8% para 8,35% a previsão para o IPCA, conforme o Relatório de Mercado Focus divulgado ontem pelo próprio BC.

Foi a 24ª semana seguida em que os economistas revisaram suas estimativas, na esteira dos reajustes de combustíveis, alimentos e energia elétrica. O centro da meta para o ano é de 3,75%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).

Da mesma forma, os economistas elevaram suas projeções para a Selic. Segundo o relatório Focus, as projeções para a taxa básica de juros passaram de 8% para 8,25% ao ano. Há um mês, a estimativa era de 7,50%. Já a projeção para o fim de 2022 foi de 8% para 8,50% ao ano, ante 7,50% de um mês antes.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anuncia amanhã a nova Selic. Sem perspectiva de trégua na escalada de preços no curto prazo, analistas preveem outra alta de um ponto porcentual, o que levaria a taxa para o patamar de 6,25% ao ano.

Os economistas ouvidos pelo BC mantiveram a projeção de 5,04% para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021. Para 2022, porém, a previsão de expansão caiu de 1,72% para 1,63% - quatro semanas atrás, estava em 2%. Para 2023, a projeção de crescimento permaneceu em 2,30% e, para 2024, em 2,50%.