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BMW descarta sair do Brasil e projeta futuro com carros eletrizados
Economia

BMW descarta sair do Brasil e projeta futuro com carros eletrizados

| Veículos | Bom desempenho do mercado de luxo reforça confiança no mercado nacional
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Krieger esteve em Fortaleza para a inauguração oficial da Haus Motors, que assume a venda da montadora em Fortaleza (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Krieger esteve em Fortaleza para a inauguração oficial da Haus Motors, que assume a venda da montadora em Fortaleza

O crescimento em agosto na venda de carros premium e a ampliação da fatia de mercado neste nicho no Brasil fizeram a BMW descartar qualquer ideia de sair do País, a exemplo do que outras montadoras já fizeram ou sinalizaram, segundo afirmou Aksel Krieger, CEO do Grupo BMW no Brasil.

 

Em Fortaleza para a inauguração oficial da Haus Motors - rede de concessionárias do grupo GNC que assumiu a marca BMW em Fortaleza -, o executivo destacou o potencial do mercado local e nacional ao mesmo tempo em que Roberto Carvalho, diretor comercial, ressaltava o desempenho da companhia em agosto, quando "os três (grupos) alemães competidores diretos, somados, não conseguiram o volume de vendas da BMW".

"Sempre quando a gente toma decisão é sempre médio e longo prazo e, se observar os resultados que obtivemos no Brasil, foi a decisão certa. Vamos continuar aqui gerando emprego no País. A gente vê o Brasil com muitos bons olhos. Quando a gente faz um investimento, nunca é a curto prazo", declarou em entrevista ao O POVO.

Para este longo prazo no Brasil, Krieger projeta, inclusive, um futuro eletrificado, como já sinaliza as matrizes de todas as montadoras no mundo. Ele defende a construção de ambientes que estimulem o uso de carros elétricos ou híbridos, a partir de incentivos como isenção de IPVA ou deixando os veículos fora de rodízios.

"Hoje, o crescimento em relação a 2020 já são três dígitos. Então, estamos crescendo 200% nos veículos eletrificados. E 20% das nossas vendas já são deste tipo. A gente sempre segue uma estratégia na nossa planta que é a maioria dos veículos vendidos no Brasil, o objetivo é fabricar aqui. Então, com essa tendência de aumento de vendas e participação de veículos elétricos, a tendência natural é um dia ter um veículo deste fabricado aqui no Brasil", afirmou.

O executivo ainda observa o comportamento do cliente, o qual, segundo ele, abastece/recarrega o veículo em casa. Isso motivou a montadora a entregar, juntamente com o veículo, dois tipos de carregadores - um convencional e outro que pode ser plugado em uma tomada normal. Outra medida foi a participação de pesquisas para desenvolvimento de baterias reutilizadas sendo carregadas por placas solares ao longo do dia para abastecer os carros à noite.

Em média, segundo revelou o diretor comercial, um cliente da BMW passa cerca de quatro anos com o veículo.

Sempre é a médio ou longo prazo. E a gente vem colhendo os frutos. Ganhamos mais participação do mercado, aceitação do público está excelente... Acreditamos no Estado do Ceará, no Brasil e é legal acompanhar esse crescimento", reforçou em entrevista ao O POVO.

"O Brasil tem menor imposto para os veículos elétricos, então, vemos com bons olhos para trazer essa tecnologia ao País, porque tem custo mais baixo. Nunca barato, mas mais acessível. E vamos continuar com outras montadoras para criar infraestrutura, empresas elétricas e parcerias", disse.

Uma possível produção de elétricos já seria possível no Brasil a partir da fábrica de Araquari, em Santa Catarina, onde a BMW tem capacidade de produção instalada de 32 mil unidades por ano de BMW Série 3, BMW X1, BMW X3 e BMW X4. Hoje, 80% das unidades da marca vendidas no País são fabricados nesta indústria.

 

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