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Robinson Crusoé deve investir R$ 18 milhões em nova fábrica no Ceará
Economia

Robinson Crusoé deve investir R$ 18 milhões em nova fábrica no Ceará

| Expansão | Ao inaugurar unidade para envase de atum e sardinha, a empresa, que é a maior exportadora de atum em conserva do País, informou que quer fabricar farinha de peixe no Estado
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Unidade inaugurada deve produzir até 100 milhões de latas de atum até o fim do ano (Foto: AURELIO ALVES)
Foto: AURELIO ALVES Unidade inaugurada deve produzir até 100 milhões de latas de atum até o fim do ano

A indústria de pescado, Robinson Crusoé, maior exportadora de atum em conserva do País, pretende assumir todas as etapas do ciclo do pescado no Ceará. Ontem, foi inaugurada a nova unidade destinada ao envase dos seus produtos, em São Gonçalo do Amarante. O que vai possibilitar ampliar a produção para 100 milhões de latas de atum e sardinha por ano. Mas a ideia é, em 2022, assumir também a fabricação de farinha de peixe. A nova divisão da fábrica, que tem investimento estimado em R$ 18 milhões, deve ficar em terreno ao lado de onde já estão as demais unidades fabris do grupo no Ceará.

Hoje, esse subproduto, que é feito a partir dos resíduos do pescado em conserva, é feito por terceiros no Estado. Esta é mais uma etapa dos planos de expansão da companhia que pretende investir R$ 100 milhões nos próximos cinco anos. Deste montante, R$ 57 milhões já foram destinados para a tecnologia industrial e modernização.

Além de diversificar os negócios, o grupo mira também no avanço das exportações para outros mercados. 

“Estamos começando exportação para os Estados Unidos. Já vendemos na América Latina. E estamos negociando exportações para a União Europeia. Creio que vamos conseguir, tenho grande esperança, porque confio muito no modo de conduzir as coisas”, afirmou o presidente mundial do grupo espanhol Jealsa, do qual faz parte a marca Robinson Crusoé, Jesús Manuel Alonso Escuris.

Com a inauguração de ontem, a área total do complexo fabril, que está presente no Ceará desde 2014, saltou de 8 mil m² para 12 mil m². A ampliação também abre caminho para aumentar a produção de atum e sardinha em conserva dos atuais 70 milhões para 100 milhões de latas por ano.

Mais empregos

“Essa ampliação que estamos fazendo vai nos possibilitar que, dentro de um período de oito a dez meses, a gente comece a trabalhar na fábrica em dois turnos. Isso pode nos dar uma possibilidade de aumentar em 30 a 40% o número de empregos ainda para o próximo ano. Estamos falando de mais 150 vagas de emprego”, afirmou o diretor de Controladoria da empresa, Fernando Botelho.

Hoje a Crusoé Foods gera em São Gonçalo do Amarante 540 empregos diretos, com aproximadamente 70% dos postos de trabalho ocupados por mulheres, e 1.500 empregos indiretos, contando com a força de trabalho de pescadores locais.

Ontem, durante a cerimônia de inauguração, o  governador do Ceará, Camilo Santana, destacou a importância do empreendimento para o desenvolvimento da economia do mar no Ceará.

"A Crusoé produz um atum fresco de qualidade, um produto que considero o melhor atum hoje do Brasil e um dos melhores do mundo e que é produzido aqui na fábrica do Ceará. Então nosso desejo é que o grupo possa seguir ampliando seus negócios no Estado". 

Escola de pesca

Também adiantou que pretende implantar a primeira Escola de Pesca do Estado. O objetivo é acompanhar a demanda de mão de obra das empresas que já estão no Estado e servir como um atrativo para que novos empreendimentos possam surgir no Ceará.

"Queremos fomentar a formação, capacitação, treinamento de pessoas na área da pesca, principalmente do atum que tem crescido e é um grande potencial econômico do Estado do Ceará".

O secretário-executivo do Agronegócio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho (Sedet), Sílvio Carlos Ribeiro, também informou que o governo está se articulando para viabilizar, em 2022, a criação do primeiro entreposto pesqueiro do estado. “Para que o pescado tenha melhor qualidade, garantida desde a origem do porto e da embarcação, passando pelo acondicionamento do porto, do recebimento e da exportação”.

Segundo ele, de janeiro e agosto de 2021, o Ceará aumentou em 171% as exportações de conservas de atum. No pescado em geral, a alta foi 45,6%. “Em 2019, fomos o primeiro exportador de pescado no País. Em 2020, ficamos em segundo, e, neste ano, acreditamos que voltaremos a ficar em primeiro lugar. Disputamos com o Pará, mas o potencial aqui é maior porque temos a lagosta, que tem alto valor agregado".

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