A empresa cearense Betânia e a mineira Embaré, da marca Camponesa, negociam uma fusão entre suas operações. A união resultaria em uma empresa com faturamento anual de mais de R$ 3 bilhões, podendo assim chegar ao segundo lugar entre as companhias do Brasil em captação de leite.
As primeiras informações sobre o tema foram reveladas ontem pelo jornal Valor Econômico. O POVO confirmou a informação com o CEO da Betânia Lácteos, Bruno Girão.
Mas, em razão do sigilo de mercado, comum no início de negociações deste porte, a cearense pontuou que não poderia detalhar o andamento das tratativas. Bruno também foi questionado sobre o valor inicial da eventual fusão, contudo, não revelou detalhes.
"De fato nós estamos conversando com a Embaré, mas não podemos comentar nada além disso no momento", afirmou o gestor da companhia cearense.
Há 52 anos no mercado, a Embaré tem como carro-chefe o rótulo Camponesa. No ano passado, a companhia faturou R$ 1,65 bilhão, aumento de 38% sobre o ano anterior. Foi a quarta maior captação de leite do País, 657 milhões de litros, segundo a Abraleite.
Dados da Euromo-itor mostram que, em 2020, o mercado de lácteos cresceu 6,6% e faturou R$ 26,6 bilhões no Brasil.
Quem puxa esse ranking no País é a Laticínios Bela Vista, dona da marca Piracanjuba. A empresa faturou R$ 6,5 bilhão em 2020 e captou cerca de 1,8 bilhão de litros de leite, conforme levantamento anual da Leite Brasil.
Em segundo lugar, aparece a multinacional suíça Nestlé, que processou 1,3 bilhão de litros de leite, queda de 14,6% na comparação anual.
Ou seja, se a fusão entre Betânia e Embaré for adiante, a nova companhia tem chance de disputar esse segundo lugar, considerando que, no ano passado, as duas empresas juntas processaram cerca de 1 bilhão de litros de leite.
A operação, no entanto, ainda depende do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).