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Diesel tem terceira semana de alta no Ceará e preço médio passa de R$ 5
Economia

Diesel tem terceira semana de alta no Ceará e preço médio passa de R$ 5

Preço do combustível afeta todas as cadeias econômicas e tem influência sobre alta de inflação de dois dígitos
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 Com o aumento no preço da gasolina, motoristas têm feitos as contas para abastecer seus veículos
 (Foto: Thais Mesquita/ O POVO)
Foto: Thais Mesquita/ O POVO  Com o aumento no preço da gasolina, motoristas têm feitos as contas para abastecer seus veículos

O mais recente aumento dos preços dos combustíveis, especialmente do diesel no fim de setembro, coloca o Brasil no risco iminente de fechar o ano em inflação de dois dígitos. Após o aumento anunciado no último dia 28 de setembro, o preço do diesel nas bombas do Estado aumentou e chegou à média de R$ 5,142, o que representa alta de 3,92% em uma semana e o terceiro aumento em menos de um mês.

O POVO ouviu analistas que destacam que esse aumento, que deve incidir inicialmente na cadeia de transportes, será repassado ao consumidor por diversos segmentos num movimento natural de carestia da atividade econômica. No Ceará, o preço do diesel pode chegar a mínimo de R$ 4,799 e ao máximo de R$ 5,399 por litro, segundo a pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo (ANP) encerrada no sábado, 9. Na semana anterior, o custo médio do litro do diesel era de R$ 4,94.

O especialista no setor de Petróleo e Gás, Bruno Iughetti, explica que fatores externos, como a valorização do dólar frente o real e a restrição da produção de petróleo nos países produtores enquanto há aumento de consumo nos Estados Unidos e Europa, são fatores que tem inflacionado o valor da commodity no mercado internacional.

Iughetti ainda lembra que o preço dos combustíveis no Brasil ainda pode aumentar mais, uma vez que a política de preços da Petrobras prevê a paridade dos custos com base no preço do mercado internacional. E os cálculos indicam que o preço do diesel ainda está 16% abaixo dos demais mercados que seguem essa lógica e o da gasolina está 9% defasado.

"Ficamos preocupados porque essas altas deverão ser ainda mais frequentes até o fim do ano, a depender da variação do preço das commodities", analisa.

Esse cenário de curto prazo faz com que o membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Wandemberg Almeida, observe um movimento de encarecimento que vai afetar especialmente os mais pobres. Na sua opinião, o risco de fechar o ano com inflação de dois dígitos é real e pode perdurar por mais tempo.

"Se continuar seguindo o mesmo caminho, corremos o risco de continuar com a inflação em alta, na casa dos dois dígitos, relembrando um pouco aqueles dias de hiperinflação. Não no mesmo patamar, mas de uma forma em que o trabalhador não consegue suportar", afirma.

Por estar numa posição privilegiada no comércio internacional, com agenda positiva na exportação, o dólar alto faz com que esses exportadores prefiram vender produtos ao mercado internacional. Essa situação é muito comum entre os alimentos. Wandemberg destaca que esse movimento representa uma carestia baseada na escassez de produtos no mercado interno. Com o aumento do diesel, a situação piora, pois é insumo básico para as diversas cadeias.

“Os derivados de petróleo são utilizados em toda cadeia de transporte, aumentando o custo do frete, o que aumenta também o preço dos produtos no varejo e a população recebe todo o impacto, item por item.”

Os preços no Estado

Gasolina

Preço mínimo: R$ 5,66

Preço médio: R$ 5,957

Preço máximo: R$ 6,449

 

Diesel

Preço mínimo: R$ 4,799

Preço médio: R$ 5,142

Preço máximo: R$ 5,399

 

GLP (gás de cozinha)

Preço mínimo: R$ 89

Preço médio: R$ 102,26

Preço máximo: R$ 110

 

Fonte: pesquisa da ANP entre 3/10 e 9/10

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