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Crédito imobiliário com recurso da poupança atinge R$ 2,51 bilhões no Ceará
Economia

Crédito imobiliário com recurso da poupança atinge R$ 2,51 bilhões no Ceará

O montante, apurado de janeiro a setembro deste ano, representa uma alta de 110,9% ao volume de crédito financiado em igual período de 2020
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IPTU é um dos impostos que compõe a arrecadação própria do município (Foto: Barbara Moira)
Foto: Barbara Moira IPTU é um dos impostos que compõe a arrecadação própria do município

Os financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram em setembro R$ 278,5 milhões. O montante é 8,6% menor que o volume movimentado em agosto, mas um crescimento de 9,1% ante igual mês de 2020. Os dados divulgados ontem pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) mostram que, no acumulado do ano, o mercado de imóveis impulsionou mais de R$ 2,51 bilhões em crédito. Alta de 110,9% em relação a 2020.



No Ceará, foram mais de 11,9 mil imóveis financiados nos primeiros nove meses deste ano. Alta de 155,37% ante igual período de 2020. O salto é expressivo. Para se ter uma ideia, em um ano, o número de unidades financiadas no Estado saltou de 761 para 1.173.

O aquecimento do mercado imobiliário cearense segue em ritmo mais acelerado que a média brasileira. No acumulado do ano, o crédito imobiliário no Brasil atingiu R$ 154,69 bilhões, alta de 96,3% em relação a igual período do ano passado.

No ano, entre janeiro e setembro de 2021, foram financiados com recursos da poupança do SBPE, pouco mais de 663,25 mil imóveis no País, resultado 137,7% superior ao de igual período do ano passado.

No mês passado, foram financiados 73,8 mil imóveis nas modalidades de aquisição e construção – queda de 18,2% na comparação com agosto. Comparado a setembro de 2020, houve alta de 75,6%.

Para o professor de economia, Alexandre Carvalho, os dados de crédito imobiliário sinalizam que, mesmo com o cenário adverso de alta de juros, ainda há apetite do consumidor para aquisição de imóveis no Brasil e no Ceará.

Ele reforça que esse movimento guarda relação com as mudanças de hábitos adquiridas durante a pandemia, que passou a dar maior atenção à questão da moradia, mas também com o estoque alto de imóveis disponíveis.

“O setor vem de muitos anos de crise, de demanda muito baixa, então esse estoque ainda está ajudando a equilibrar a oferta de imóveis com preços não tão inflacionados. Mas isso está mudando e a tendência é que daqui para frente os preços subam mais rapidamente. Por outro lado, a retomada da economia encoraja a tomada de decisão da compra de um imóvel”.

Dentre as instituições financeiras, a Caixa mantém como líder do segmento. Segundo a Abecip, foram mais de R$ 7,845 bilhões financiados nas modalidades construção e aquisição em setembro. O Itaú Unibanco apareceu em segundo lugar, com R$ 4,499 bilhões, e o Bradesco ficou em terceiro lugar, com R$ 2,628 bilhões.

Ainda segundo a entidade, a captação líquida da poupança SBPE encerrou setembro no negativo em R$ 6,3 bilhões. No acumulado do ano, entre janeiro e setembro, o resultado também é negativo em R$ 25,7 bilhões. 

"Tendo em vista que, na série histórica iniciada em 1994, os meses de setembro mostram mais resultados positivos do que negativos, constata-se que os aplicadores têm mobilizado reservas, o que pode ser atribuído ao impacto da inflação sobre salários, rendas e sobre o poder aquisitivo das famílias", explica a entidade.

O saldo da poupança SBPE reduziu 0,5% em setembro sobre agosto, mas na comparação com setembro do ano passado continua com crescimento de 1,6%. "Além do mais, não obstante o desempenho recente, a poupança SBPE continuou exibindo, em setembro, saldo nominal compatível com o de dezembro do ano passado, mês em que se constatou o maior nível do saldo das cadernetas."

Evolução do financiamento imobiliário em 2021
Evolução do financiamento imobiliário em 2021 (Foto: Luciana Pimenta)

 

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