Os números do Sistema Público de Empregos do Ceará (Sine/IDT) - que representam hoje 10% das contratações no mercado formal cearense - confirmam tendências como a prevalência de exigências maiores para as vagas de trabalho remoto. Tanto é que o número de vagas que exigem nível superior contabilizadas até setembro deste ano, 2,1 mil, é 106% maior do que o quantitativo apurado pelo órgão ao longo de todo o ano de 2019.
Em 2020, quando muitos setores estavam funcionando de forma remota, a quantidade de vagas de nível superior captadas pelo sistema chegaram a 2.819 no Ceará.
No entanto, o quantitativo de vagas ofertadas para quem tem o ensino médio completo, que é o principal perfil de contratação no Ceará, teve comportamento diferente.
Em 2019, eram mais de 31 mil vagas ofertadas que exigiam o ensino médio completo. No ano seguinte, o número caiu para 25 mil e agora, com mais atividades presenciais, a curva volta a subir com 27,1 mil vagas ofertadas até setembro deste ano.
Para o presidente do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Vladyson Viana, embora o percentual de vagas no modelo de trabalho remoto ou híbrido no Ceará não seja tão expressivo como em outras regiões do País, em razão das próprias características do mercado de trabalho cearense, este foi um dos imperativos trazido pela pandemia e que continuará valendo.
"Há cinco anos, o home office era algo muito distante, mas a pandemia acelerou esse processo de virtualização de serviço, avanço na tecnologia de monitoramento à distância, videochamadas e a tendência é que isso continue. Hoje, a gente vê algumas empresas desmobilizando suas plantas físicas para trabalhar de forma remota".
Ele explica que isso ocorre principalmente em atividades que não exigem atendimento ao público ou que têm produtos claramente mensuráveis. "Atendimento ao público ou segurança privada, por exemplo, realmente, são atividades mais difíceis de realizar remotamente. Mas na área de tecnologia de informação, produção e desenvolvimento de softwares ou serviços como cobrança ou call center, isso é muito mais comum".