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Projeto de hidrogênio da Linde no Ceará deve ter estudos concluídos em março
Economia

Projeto de hidrogênio da Linde no Ceará deve ter estudos concluídos em março

De acordo com o titular da Sedet, Maia Júnior, ao fim dos estudos todos os valores e prazos serão anunciados. Somente na usina de eletrólise, aporte deve ser entre 400 mil e 500 mil euros
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Assinatura de 12º memorando para Hub do Hidrogênio Verde (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Assinatura de 12º memorando para Hub do Hidrogênio Verde

O governo do Ceará formalizou na manhã de ontem, em Munique, na Alemanha, memorando de entendimento para implantação do 12º projeto de hidrogênio verde no Estado. A multinacional Linde, a maior empresa de gás industrial do mundo, é a que se compromete a realizar o aporte. Os valores e prazos para instalação de usina no Complexo do Pecém devem ser confirmados após estudo técnico que segue até março de 2022.

Maia Júnior, titular da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho (Sedet), destaca que esse projeto será de grande porte. A partir das sondagens, espera-se que a empresa elabore um plano de investimento e estruture um projeto próprio relacionado ao novo combustível sustentável. Maia ainda destaca que uma comitiva da empresa deve visitar o Ceará até o fim dos estudos técnicos.

Ainda segundo o secretário, o investimento da Linde deve ser uma âncora do hub de Hidrogênio Verde constituído no Pecém. Ainda sem confirmação oficial, Maia revela que a empresa pretende montar uma usina de eletrólise que deve demandar investimento entre 400 mil e 500 mil euros, fora os investimentos que serão realizados na compra de energia.

Camilo Santana, governador do Estado, afirmou estar "muito esperançoso" com a elaboração dos estudos técnicos e disse ainda ter certeza que em breve o memorando de entendimento se converterá em investimentos práticos. "A Linde está muito interessada em explorar o hidrogênio verde em todo o mundo e reconhece o Ceará como um grande potencial", complementou o líder do Executivo cearense.

O interesse de investir em recursos energéticos sustentáveis foi reconhecido pela Linde que destacou ser uma necessidade da Europa e do mundo. Andreas Opfermann, vice-presidente executivo de energia limpa da multinacional, afirma ainda que o Ceará está fornecendo o potencial natural e a infraestrutura necessária para receber esse tipo de investimento.

"Acreditamos que essa parceria pode ser um novo passo para exportação de energia, de hidrogênio verde e de amônia para o mundo todo. A Europa precisa disso, já temos uma agenda para discutir e implementar em alguns anos uma matriz de energia totalmente sustentável", disse.

Vale lembrar que nessa semana de viagens pela Europa, também foi assinado em Roterdã um protocolo de intenções com o consórcio Transhydrogen Alliance para construção de uma planta de hidrogênio verde no Ceará. O projeto tem investimento estimado em US$ 2 bilhões.

Maia Júnior destaca que o processo de atração tem sido um grande sucesso, acima das expectativas iniciais. Já são 12 protocolos assinados, mais cinco encaminhados, além de contatos iniciais realizados durante a viagem. Na próxima semana, o secretário participa de feira e evento na embaixada brasileira na Dinamarca, país que tem grande participação no setor de energias renováveis. Já o governador, durante sua participação na COP 26, em Glasgow, terá reuniões com empresários do setor de energia interessados no hub.

"Na próxima semana, teremos uma feira, também teremos encontros com empresários europeus e vou repetir um encontro parecido com embaixador brasileiro na Dinamarca, que tem muito interesse no Brasil na área de energias renováveis", afirma Maia, lembrando ainda que teremos anúncio de negócio a ser implantado no Ceará envolvendo uma parceria entre uma empresa brasileira com outra dinamarquesa.

"A atração tem sido surpreendente. O desafio é se preparar com desenvolvimento e implantação, que são os passos seguintes aos protocolos. Se tivermos uma taxa significativa de implantação será transformador, pela iniciação de uma cadeia de valor muito forte. São significativas mudanças que vão acontecer", afirma o titular da Sedet.

Estado pode se tornar autossuficiente em energia

Já calculando os lucros de uma série de projetos prospectados nos últimos anos até a atual viagem à Europa, em que foram assinados mais dois acordos para usinas de hidrogênio verde (H2V) no Ceará, Maia Júnior faz projeções bastante positivas. "No futuro, (com a implementação dos acordos assinados) o Ceará poderá ser autossuficiente em produção de energia e água doce."

Ele lembra que nos últimos três anos grandes projetos foram atraídos para o polo industrial do Pecém, "temos o H2V, projetos eólicos offshore, aerogeradores e pás eólicas, refinaria que foi assinada no ano passado, projetos na área de logística, de mineração em Santa Quitéria".

Maia ainda destaca a "nova fronteira que se abre" que são os investimentos na dessalinização da água do mar.

Ele enfatiza ainda que o Ceará, além de exportador mundial de hidrogênio verde, com grandes investimentos de empresas mundiais, como Qair, Linde, Fortscue, Eneva e Neoenergia, também segue atuando em outras frentes, como a de exploração de minérios, com intuito de se tornar grande polo exportador de insumos fertilizantes.

"O Ceará pode ser o grande polo produtor de fertilizantes do Brasil a partir da mina de Itataia", destaca. O Ibama tem até fevereiro de 2022 para dar resposta ao Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (Eia/Rima), com previsões otimistas de que as plantas de operação estejam em construção.

Além do urânio, alvo de maior curiosidade e também protestos - vide os riscos para o meio ambiente se for explorado indevidamente -, o fosfatado dissociado do mineral deve ser usado para atender a cadeia agropecuária.

Líder neste segmento no Nordeste, a Galvani espera produzir 500 mil toneladas a partir da operação em Santa Quitéria, o que seria 50% do fosfatado consumido nos estados nordestinos. Já para as rações animais à base de fosfato bicálcico, a empresa mira 250 mil toneladas. Ambos os produtos beneficiados devem atender os mercados do Nordeste e do Norte.

11º projeto

Nesta semana, também foi assinado, em Roterdã, um protocolo de intenções com o consórcio Transhydrogen Alliance para construção de uma planta de hidrogênio verde no Ceará. O projeto tem investimento estimado em US$ 2 bilhões.

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