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Roterdã aponta Ceará como parceiro adequado para atender demanda da Europa
Economia

Roterdã aponta Ceará como parceiro adequado para atender demanda da Europa

Hidrogênio verde. Exportação
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Executivo destacou a parceria com Pecém e disse estar satisfeito com os resultados (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA Executivo destacou a parceria com Pecém e disse estar satisfeito com os resultados

Porta de entrada de diversos insumos na Europa, o Porto de Roterdã aponta o Ceará como um dos parceiros de maior potencial para atender parte da demanda de 20 milhões de toneladas de hidrogênio verde projetada para consumo pelo continente europeu nos próximos anos. A parceria com o Porto do Pecém, mais que aprovada por René Van Der Plas, diretor do porto holandês, chancela a indicação.

Prestes a fechar mais dois novos memorandos de entendimento para usinas produtoras do combustível, o Estado surge, segundo o executivo, como o ambiente natural e de negócios mais adequado para cumprir essa meta. Ele ainda reforçou o peso de elementos já mencionados pelos especialistas locais: vento e sol adequados à produção de energia limpa, além de uma localização estratégica para o envio do combustível.

"Esperamos uma demanda de transporte de hidrogênio verde de 20 milhões de toneladas, mas pode ser bem maior do que isso. E, localmente, só podemos produzir menos de 20% dessa demanda. Aí é que está a grande oportunidade para o Porto do Pecém, porque vamos precisar importar", afirmou ao O POVO enquanto participava de uma feira logística no Centro de Eventos.

Van Der Plas afirma que vê semelhanças entre Pecém e Roterdã que ajudam no desenvolvimento dos terminais para a produção de hidrogênio verde e demais assuntos. Ambos são próximos a complexos industriais e a zonas de livre de comércio - aqui, no caso, é a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará, a única em operação no País.

"Nesse momento, estamos produzindo relatórios técnicos e é tudo uma questão de compartilhamento de conhecimento e troca de tecnologias. Isso só é possível com uma relação de longo prazo, na qual pode proporcionar esse intercâmbio técnico".

Perguntado se outros parceiros de Roterdã também poderiam atender a demanda projetada para a Europa, a exemplo do que apontou para o Ceará, o diretor mencionou o Porto de Sohar, em Omã, no Oriente Médio. De acordo com ele, neste parceiro, também há condições adequadas para a produção de hidrogênio verde. Mas não criou rivalidades.

O Complexo do Pecém, administrador do Porto, inclusive, já fechou parceria com o terminal de Sohar, em junho deste ano, para cooperação técnica e comercial entre os equipamentos, com o aval de Roterdã.

O relacionamento construído com a gestão do Complexo do Pecém, o alinhamento de objetivos em comum e o retorno do investimento são apontados por ele como motivo de considerar o contrato muito satisfatório.

Já quando o assunto são novas captações de transporte, Van Der Plas demonstra cautela. De acordo com ele, "primeiro, é preciso olhar para o que já existe, para a comunidade empresarial que já opera para conseguir seguir". (Armando de Oliveira Lima)

 

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