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Eder Soares, diretor do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Dell (Lead) (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Eder Soares, diretor do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Dell (Lead)

Algumas empresas criam programas para incluir pessoas com deficiência em seus quadros. Outras, além de políticas afirmativas, desenvolvem soluções para que o profissional com deficiência possa desenvolver suas atividades laborais na companhia.

É o caso da empresa de computadores Dell Technologies, que, em 2011, criou em Fortaleza o Lead - Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Dell. No local, pessoas com diferentes tipos de deficiências testam soluções acessíveis para facilitar em atividades do cotidiano, como o dispositivo "Maia", que converte sons em imagens.

"Os surdos de nossa fábrica em São Paulo não conseguiam testar os autofalantes dos computadores. Por isso criamos uma solução que convertesse os sons emitidos em imagens. Isso contribuiu para que pudéssemos colocar profissionais surdos em várias posições na linha de produção", explica Eder Soares, diretor do Lead em Fortaleza.

Atualmente o "Maia" passou por atualizações e também pode ser usado na comunicação via rádio entre os profissionais com deficiência auditiva e seus colegas que não têm deficiência, facilitando a autonomia dos profissionais.

Outro dispositivo desenvolvido pela equipe da Del é o Website Accessibility Layer (WAL). Com ele, o usuário com deficiência visual tem uma melhor navegabilidade em páginas da web. 

Após perceber uma baixa qualificação de profissionais com deficiência, a Dell Technologies também criou uma plataforma de ensinos online, onde são ofertados diversos cursos. Até o momento, mais de 30 mil pessoas já foram beneficiadas com as aulas.

O centro de pesquisas foi criado em 2011, após a empresa conhecer diversas pesquisas na área de tecnologia assistiva voltadas para pessoas com deficiência que vinham sendo realizadas no Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).

Na sede em Fortaleza, a Dell emprega 40 pessoas com deficiência. "Nosso objetivo é ter o público-alvo conosco, participando do começo ao fim do desenvolvimento de novas tecnologias. Não sou eu, que enxergo, que vou dizer o que é bom para um cego".

Outra empresa que investe na qualificação e contratação de profissionais pcd é a Natura, que atua no setor de cosméticos. A inclusão desses profissionais começou no início dos anos 1980, com a contratação de surdos para compor o quadro da empresa, hoje, 7.3% dos colaboradores possuem algum tipo de deficiência.

O número supera o exigido pela lei, que são 5% para empresas que tenham mais de mil empregados.

"Para garantir ainda mais a inclusão de profissionais com deficiência, temos um trabalho ativo com nossos gestores, explicando os diversos tipos de deficiência, quais restrições ela pode ter e adaptações necessárias, explica Milena Buosi, gerente de diversidade e inclusão da Natura.

Para garantir ainda mais a inclusão desses profissionais, a Natura pretende destinar algumas vagas de gerência para esses profissionais até 2030.

Além da contratação de profissionais com alguma deficiência, a Natura também investe na acessibilidade aos clientes. Um dos exemplos é a descrição em Braille na embalagem de seus produtos desde a década de 1990.

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