O gargalo da infraestrutura das estradas no Ceará ainda causa um aumento na duração do tráfego, fazendo com que mercadorias levem até o dobro de tempo para chegarem ao seu destino. É o que explica Heitor Studart, presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Coinfra/Fiec).

“A situação aumenta de 50% a 100% o tempo de tráfego, e impacta profundamente o setor industrial, a competitividade e a produtividade, chegando ao aumento exorbitante de cerca de 30% na tarifa dos fretes. O que também afeta o valor do produto”, diz.

A condição das rodovias federais e estaduais que cortam o Estado, segundo Studart, afeta todos os segmentos, e o Brasil regride no que diz respeito a conservação e ampliação de malha viária. “70% do trânsito de cargas do Brasil depende do transporte rodoviário, mas há 16 anos o país regride. O que é investido, em torno de 1,5% do PIB, não mantém nem o estado de conservação das rodovias existentes, que dirá o investimento em melhoria, adequação e aumento da malha viária”, afirma ele.

Para ele não é a toa que os governos estadual e federal estão sem capacidade fiscal e sem capacidade de investimento e é por isso que está havendo um esforço a nível federal de ampliar concessões e parcerias público-privadas como uma saída para tentarmos acompanhar o desenvolvimento e a demanda industrial que existe.

“Nós estamos sendo duplamente penalizados. Além da falta de novos trechos e novas rodovias, a recuperação, melhoria e adequação da malha viária já existente também não está sendo atendida. Então, além de não avançar, nós também não conservamos o que já estava pronto”, completa Studart.