A Qair Brasil está correndo para ser a primeira empresa com efetiva operação comercial a fixar projeto de hidrogênio verde no Porto do Pecém, no Ceará. A primeira usina mesmo será a da EDP, mas ainda uma unidade-piloto, com apenas 3 megawatts (MW) de capacidade, que começará a funcionar no fim de 2022.
Já a Qair projeta uma planta de 2.240 MW implantada em quatro etapas de 560 MW cada. Serão investidos quase US$ 7 bilhões nesta usina para produção de aproximadamente 296 mil toneladas de hidrogênio verde por ano.
A previsão é de que o pré-contrato de uso da área no Pecém seja assinado entre este mês e o início de 2022. A informação foi repassada, com exclusividade ao O POVO, pelo Gustavo Silva, diretor de Operações da Qair Brasil.
Segundo ele, o planejamento da operação comercial prevê uma primeira fase em 2025, a segunda em 2027, a terceira em 2029 e a quarta e última em 2031.
Além do Pecém, a empresa planeja também desenvolver o projeto Complexo Eólico Offshore Dragão do Mar para gerar energia elétrica para a planta de eletrólise com capacidade instalada de 1.216 GW, localizada na plataforma continental da costa de Acaraú.
"Hoje estamos com dois projetos de hidrogênio verde. Um aqui no Porto do Pecém e outro no Porto de Suape (Pernambuco). Muito da vinda para o Ceará é por conta da sinergia que está se criando no Estado por meio do hub de hidrogênio verde", afirmou Gustavo, durante o evento sobre marco regulatório de sistemas híbridos na Federação das Indústrias do Ceará (Fiec).
Sobre a regulamentação, ele vê como uma grande oportunidade. "Temos vários projetos eólicos e solares que trabalhavam um ou outro na mesma área, mas em plantas diferentes, não era híbrido. Esse marco regulatório agora é importante porque a gente consegue dar outro viés, em que a gente aproveita a mesma área para fontes diferentes".
Da carteira de projetos de aproximadamente 6 GW da Qair Brasil, uma parte é para o Ceará. Em operação são 300 MW no Estado. Desde 2020, a empresa, investiu R$ 2 bilhões no desenvolvimento em planta que já vem em construção no Trairi.
É o Complexo Eólico Serra do Mato que será formado por 29 torres V150 Vestas, de aproximadamente 58 toneladas de aço e 125 metros de altura cada, distribuídas em seis parques com capacidade total instalada de 121,8 MW. O empreendimento contará também com a instalação de outros 101 MW em projeto solar.
Já o Complexo Eólico Serra do Mato é uma expansão do Complexo Eólico Serrote (205 MW). "No último leilão ganhamos um projeto solar de 430 MW em Icó, que deve entrar em operação parte em 2023 e parte em 2024".
Por outro lado, o projeto-piloto da EDP prevê investimentos de R$ 41,9 milhões no Ceará em uma usina de H2V com capacidade de 3 MW. A previsão para início das operações é em dezembro de 2022. (Beatriz Cavalcante)