Como já projetavam especialistas e as empresas de telecomunicações, a operação comercial do 5G a partir de julho do próximo ano deve abrir oportunidades de negócio cujas tratativas já estão em andamento. De olho nisso, a Huawei diz contar com mais de dez acordos assinados, dos quais, dois deles são no Nordeste: um centro de distribuição (CD) de um varejista em Maceió (AL) e a operação de um porto cujo estado ainda está sob sigilo.
Os negócios foram observados a partir da experiência da empresa nos negócios B2B (do inglês bussines to bussines, empresa para empresa), foco do 5G na China, país sede da Huawei. No caso do porto, processos de logística e operação autônoma estão na lista de implementações possíveis. Mais uma vez, a empresa não fala do porte dos investimentos necessários para tais iniciativas, alegando que depende das necessidades apontadas por cada parceiro.
"As indústrias vão poder galgar mais no digital. A gente já tem mais dez acordos assinados em diferentes verticais, mas não podemos promover no momento, mas ao longo de 2022, muitas vão contar com essa tecnologia, principalmente, para fomentar a economia digital no Brasil", pondera Thiago Fontes, diretor de Ecossistema e Marketing da Huawei.
Nessas experiências, segundo informa Atílio Rulli, diretor sênior de Relações Públicas e Governamentais, os contratos da companhia são de fornecimento de equipamentos, como já faz com operadoras de telecomunicação e pequenos provedores de internet. Os softwares são soluções internas e, no momento, não fazem parte da venda da empresa.
Apenas no CD próprio de Sorocaba (SP), a empresa desenvolveu parte das soluções internas. Mas ainda assim contou com parceiros para fornecimento dos robôs e criação da rede 5G. Ainda no município de São Paulo, a Huawei constitui o grupo de empresas do parque tecnológico recém-criado e presta consultoria a partir de troca de experiências com a Prefeitura e as outros players já instalados. O centro, inclusive, faz parte de um condomínio logístico onde estão marcas como o argentino Mercado Livre.
"Nossa expectativa é de que outras empresas usem a nossa experiência como exemplo para utilizar o 5G nas suas operações. Mas cada empresa tem suas dores e precisam estudar para aplicar corretamente a tecnologia", estima Emerson Oliveira, diretor de Logística.
Compõe os projetos pilotos em 5G da Huawei uma experiência em Rio Verde (GO), no ramo de agronegócio. E ainda para este ano Atílio diz, sem revelar detalhes, que uma nova iniciativa própria na linha industrial deve ser lançada pela empresa no Brasil.