Logo O POVO+
Com disputa política e judicial, Fecomércio-CE racha a poucos meses de eleição
Economia

Com disputa política e judicial, Fecomércio-CE racha a poucos meses de eleição

Às vésperas da eleição para presidência da Fecomércio, Luiz Gastão e Maurício Filizola trocam acusações
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
FORTALEZA-CE, BRASIL, 13-12-2021: Coletiva de imprensa realizada na Fecomércio, com falas de Gastão Bittencourt. (Foto: Fernanda Barros /Especial Para O Povo). (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS FORTALEZA-CE, BRASIL, 13-12-2021: Coletiva de imprensa realizada na Fecomércio, com falas de Gastão Bittencourt. (Foto: Fernanda Barros /Especial Para O Povo).

O clima de rivalidade na disputa pela presidência da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE) evoluiu após troca de acusações entre os dois principais postulantes ao cargo na eleição que deve ocorrer no início do segundo trimestre de 2022. Atual presidente da entidade, Luiz Gastão Bittencourt, reiterou as suspeitas em torno da compra de um terreno que teria sido alvo de desvio de dinheiro do Sesc, além de outro contrato de prestação de serviço que não teria sido executado, ambos da gestão interina de Maurício Filizola na presidência. Ao O POVO por meio de nota, Filizola nega as acusações e rebate, acusando o adversário de tentar abalar sua imagem.

As afirmações de Gastão foram feitas ontem, quando convocou a imprensa e juntou aliados para comentar sobre os detalhes do caso que levou à suspensão por 180 dias do cargo de vice-presidência administrativa da vice-presidência administrativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Ele alega que a decisão da CNC diz respeito a eleição da Fecomércio-DF em que o suspende pela "aparência" de prática antissindical, por ele estar presente no dia da eleição da gestão da instituição supostamente representando a CNC.

LEIA MAIS | OP+ Luiz Gastão é afastado por 180 dias da CNC

Gastão admite ter acompanhado a votação na condição de "observador", mas nega ter estado no local representando o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Ele ainda diz que no processo administrativo não há provas do ocorrido. Por isso, reclama de "perseguição política", pois é crítico de posturas políticas da CNC.

Ao comentar sobre a questão, na última sexta-feira, 10, Filizola disse que as atitudes de Gastão "mancham a imagem de um líder sindical" e que seu opositor "com certeza" perde força nas eleições para a presidência da Fecomércio. "Quando o Gastão retornou, abortou o próprio Sistema Fecomércio a uma briga particular (com a CNC). Vários sindicatos fizeram carta aberta afirmando que não queriam essa briga com a CNC".

Apesar do tema da coletiva, o assunto que realmente dominou a pauta foi a eleição da Fecomércio-CE, em 2022. Gastão colocou seu nome mais uma vez à disposição e disse ter apoio da maioria dos sindicatos, 30 de 34 do total. No começo do próximo ano ocorrem as eleições dos sindicatos. Após as escolhas dos líderes sindicais, no início do segundo trimestre ocorre a escolha do presidente da Federação.

Gastão relembrou das investigações relacionadas à compra de um terreno na avenida Washington Soares por parte do Sistema Fecomércio. O negócio havia sido fechado na gestão do ex-presidente, Maurício Filizola, que garante ter seguido todas as normas legais.

"Reafirmo que tenho a consciência tranquila de que não pratiquei nenhum ato ilegal ou contrário aos interesses da Fecomércio. Pedi inclusive em reunião do Conselho que o fato alegado fosse encaminhado ao TCU, o órgão competente para fiscalizar os recursos do Sesc. E assim o farei com todas as falsas denúncias feitas por ele", destaca Filizola por meio de nota.

"Não existe discussão política. O que existem são fatos constatados, apurados e que estão sendo devidamente resolvidos, seja no âmbito do TCU, da Justiça ou da Polícia. Dentre esses (processos), várias outras contratações de programas de software, pagos e após um ano sem receber o serviço, com certificado de exclusividade concedido pelo próprio presidente para a empresa, mas o programa nunca foi entregue ao Sesc", acusa o atual presidente da Fecomércio-CE.

Ainda segundo Gastão, esse contrato para software que beneficiariam o Sesc teriam custos da ordem de R$ 1,2 milhão. Mais sindicâncias continuam a ser realizadas pela Fecomércio sobre contratos firmados na gestão passada.

O que você achou desse conteúdo?