A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê o desaquecimento da economia brasileira no próximo ano, mas o cenário-base da entidade não contempla uma nova recessão. De acordo com as projeções divulgadas ontem é esperado um crescimento de 1,2% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, após uma recuperação estimada em 4,7% neste ano.
Depois de crescer a uma taxa projetada de 5,2% em 2021, o PIB industrial deve rodar abaixo da estimativa para a economia como um todo em 2022. Para a CNI, o setor deverá crescer apenas 0,5% no próximo ano.
"A atividade econômica também deve se beneficiar da normalização da demanda por serviços prestados às famílias, que ainda está abaixo do nível pré-pandemia, e alguns setores industriais, principalmente aqueles ligados a investimentos, como a cadeia da construção civil e de bens de capital, as quais ainda devem ter o nível de produção impulsionado por pedidos e projetos provenientes de 2021", avaliou o presidente da CNI, Robson de Andrade.
A entidade divulgou ainda outros dois cenários. No mais pessimista, o PIB cresceria apenas 0,3%. Já no cenário otimista, a expansão poderia chegar a 1,8% em 2022.
"A inflação elevada, com consequentes altas nas taxas de juros, o alto endividamento das famílias, o desemprego, a escassez de insumos e matérias-primas e os custos de energia em elevação são fatores conjunturais desfavoráveis. Além disso, ainda há incertezas sobre o andamento da pandemia e o temor de algum retrocesso, como ocorre atualmente na Europa". (Agência Estado)