Representantes do setor de eventos enfatizaram a necessidade de continuar as medidas de apoio ao setor mesmo após a consolidação do processo de retomada. O atual quadro do segmento é de empresas endividadas e retornando aos poucos em meio às remarcações de eventos ainda da época da pandemia e prospecções de novos negócios. A questão foi abordada, ontem, em evento do trade turístico de Fortaleza.

"O outro ponto é que essa cadeia produtiva precisa de um pacto entre instituições (Sistema S, governos municipal, estadual e federal) em prol da recuperação dessa cadeia produtiva, que impacta diversos segmentos, na indústria, nos serviços. É importante que se una em prol dessa cadeia que está muito fragmentada", afirma Enid Câmara, diretora da Associação Brasileira de Empresas de Eventos Secção Ceará (Abeoc-CE).

Ivana Bezerra, presidente do Convention Bureau, destaca que a retomada dos eventos corporativos, o mais representativo para o setor, ocorreu em outubro após mais de um ano parados. "Foi aí que sentimos o retorno acontecendo. De lá para cá, temos outros eventos, menores, acontecendo, todos com sua importância. Para 2022, esperamos que continuemos neste ritmo, que os eventos confirmados ocorram e outros mais sejam marcados, sem nenhum retrocesso", destaca.

Setor que impacta uma cadeia de 50 segmentos, os eventos geram uma expectativa positiva também na geração de emprego. Enid Câmara ainda enfatiza esse potencial de geração nas diversas pontas da cadeia, porém, lembra que durante a pandemia, muitos trabalhadores demitidos pelo setor buscaram alternativas em outros trabalhos, o que dificulta a obtenção de mão de obra qualificada nesta retomada.

"De outubro para cá tivemos entregas que já estavam planejadas desde 2019, mas, claro, é um setor que precisa de muito tempo para planejar. O bom é que retomamos, mas temos desafios para 2022, precisaremos ressignificar os eventos para conseguir entregar com os recursos que vão estar postos", destaca Enid.