O número de empregos com carteira assinada criados no Ceará entre janeiro e novembro de 2021 já supera o total gerado em 2020 em 13,8 vezes, segundo atestam os números do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério da Economia. Foram 84,11 mil postos formais nos 11 primeiros meses deste ano contra apenas 6,07 mil em todo o ano anterior.
Apenas em novembro, o Estado alcançou 12,65 mil pessoas trabalhando no regime CLT. É a terceira melhor marca do ano, atrás apenas do registrado em agosto (15,52 mil) e setembro (13,08 mil). Para Vladyson Viana, presidente do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), os números demonstram como “o Ceará continua mantendo uma tendência de crescimento da economia e da empregabilidade.”
“Isso mostra que nós acertamos no controle sanitário, com os decretos de isolamento social e reabertura gradual da atividade econômica, além da oferta de vacina. Isso nos deu segurança para os empreendedores continuassem a investir e girar a economia”, completa.
O posicionamento do Ceará entre os estados nordestinos também é destacado pelo presidente do IDT como algo a se comemorar, afinal, “continua bem colocado com relação ao Nordeste e ao País, pois no acumulado do ano só perde para Bahia e Pernambuco.”
Os estados vizinhos alcançaram marcas mais robustas de 94,12 mil no acumulado do ano, no caso do mercado de trabalho pernambucano, e 137,70 mil para o mercado baiano, conforme apontam os dados do Caged para novembro.
No Nordeste, ao contabilizar os resultados de todos os nove estados, o saldo de empregos gerados chega a 489,21 mil entre janeiro e novembro de 2021. No País, o saldo chega a 2,99 milhões de postos gerados – com participação decisiva da região Sudeste (1.4 milhão), enquanto as demais somaram 560,70 mil (Sul), 285,49 mil (Centro-Oeste) e 164,86 mil (Norte).
Ao observar a participação dos setores produtivos na geração de vagas no Estado, o reflexo do peso dos serviços no Produto Interno Bruto cearense é demonstrado também. Empresas desse setor foram responsáveis por quase metade do saldo do mês de novembro (5.585 postos), seguido por comércio (4.827), indústria (1.498) e construção (761). Agropecuária foi o único setor que amargou perdas de vagas, mas de apenas 18 em novembro.
“O setor de serviços lida diretamente com atendimento ao público e ao cliente e foi muito impactado pela pandemia de Covid-19. Mas também é o que respondeu mais rapidamente aos estímulos. Os dados do IDT apontam que, em 2022, manteremos essa curva positiva e gradual com o setor de serviços como predominante”, avalia Viana.
No ano, de acordo com os dados do Ministério da Economia, o ranking se repete e só com números positivos: serviços (38,84 mil), comércio (17,84 mil), indústria (15,86 mil), construção (10,06 mil) e agropecuária (1,48 mil).
Perguntado se os números correspondem às novas empresas que chegaram ao Estado em 2021 ou se são resultado da retomada das atividades econômicas já existentes e abaladas pela crise na pandemia, o presidente do IDT observou que “mais de 60% do total de postos formais de emprego vem de micro e pequenas empresas, que estão nos bairros, nas comunidades e são responsáveis pela empregabilidade entre os CNPJs.”
“Tudo isso se deu por uma auto-organização, uma conjunção de fatores. Óbvio que essa estratégia de captação de novos empreendimentos de grande porte, que geram impacto econômico além da própria geração de empregos, são importantes, mas precisamos entender que se dá por uma conjunção de fatores”, arrematou.
Vagas geradas no Nordeste
>Bahia
137.702 postos formais
>Pernambuco
94.125 postos formais
>Ceará
84.119 postos formais
>Maranhão
41.567 postos formais
>Rio Grande do Norte
33.613 postos formais
>Paraíba
32.813 postos formais
>Alagoas
28.318 postos formais
>Piauí
22.423 postos formais
>Sergipe
14.539 postos formais
Fonte: Caged/Ministério da Economia