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Pandemia desacelera exportação de cachaça
Economia

Pandemia desacelera exportação de cachaça

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Os números despertam cautela para o setor em 2022, mas não põem fim ao otimismo, segundo a Associação (Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil)
Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil Os números despertam cautela para o setor em 2022, mas não põem fim ao otimismo, segundo a Associação

Mesmo com saldo positivo para as exportações do Ceará em 2021, nem todas as cadeias produtivas de cearenses conseguiram figurar satisfatoriamente no mercado exterior. A exemplo do setor de bebidas, em específico da cachaça.

Enquanto em 2020, ainda surfando em uma sequência de bons anos de produção e venda, o Ceará ocupava a quarta posição entre os estados que mais faturaram com a venda da cachaça para o exterior, em 2021, Estado caiu para sétima posição em termos de venda e manteve o sexto lugar com relação ao volume exportado.

Com a pandemia de Covid-19, Estado saiu de um crescimento de 61,29% em termos de valor e de 49,43% em termos de volume exportado em cachaça entre 2019 e 2020, para uma queda de 32,25% em termos do valor exportado em cachaça e de 33,14% com relação ao volume vendido para fora do Brasil em 2021.

"Tivemos uma falta de insumos severa e isso vem se agravando na cadeia produtiva. Chegou num ponto praticamente insustentável com aumento considerável do frete internacional e a escassez de containers", pontua Carlos Lima, diretor executivo do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac).

O representante do setor destaca ainda que, mesmo com os gargalos logísticos agravados pela pandemia, a demanda pelo produto no mercado exterior, em especial América do Norte e Europa, é um alívio que fundamenta esperanças de uma retomada contínua. Ele pontua ainda que para o ano de 2022 o clima é de otimismo, mas também de cautela.

"Apesar do aumento das exportações, o mercado interno, nacional, em 2021, não acompanhou isso. Tivemos uma queda de 23% nas vendas nacionais, mesmo depois da reabertura de bares e restaurantes, que demorou, e muitos ainda não voltaram a toda capacidade ou nem voltaram", acrescenta.

Carlos afirma ainda que os estabelecimentos, associados ao setor de eventos, representam 70% do faturamento da cadeia produtiva da cachaça no Brasil e diz que diante das incertezas geradas pela nova variante da Covid-19, empresários do setor se mantém "em alerta para tudo".

Com relação ao Ceará, Carlos destaca que mesmo com as quedas registradas em 2021 o Estado se mantém como "extremamente importante no cenário de exportação e produção" e aposta em uma rearticulação das linhas de produção no Estado, assumindo como foco estratégias para conquistas de novos mercados no exterior já em 2022.

"O Ceará é muito importante para a cadeia produtiva da cachaça. É um setor que histórica e culturalmente está presente no Estado. É um importante setor de desenvolvimento regional e que mesmo com a queda nas exportações, continua mantendo a produção em termos de volume", finaliza.

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