A falta de investimento do Governo Federal no INSS é apontada como um dos principais motivos da entrada de mais pessoas na fila de atendimento e, segundo indica a Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), isso acontece de forma mais acelerada que a entrada de novos servidores no Ceará.
Carmen Lúcia Marques, diretora da Fenasps, relembra que, em 2015, o déficit de pessoal no Estado somava cerca de 800 pessoas, somando as três gerências cearenses: Fortaleza, Sobral e Juazeiro do Norte. Sem números precisos, ela aponta que a falta de servidores foi agravada pela aposentadoria do pessoal e pela pandemia.
"Naquela época, MP (Ministério Público) e TCU (Tribunal de Contas da União) saiu com comunicado avisando que o INSS entraria em colapso porque naquela época tinha mais de 16 mil servidores em condições de se aposentar. O concurso que aconteceu em 2015 não cobriu a demanda exigida para um bom atendimento à população e sempre foi assim, em todos os governos", lamenta, enfatizando que a demanda por mais pessoal faz parte de todas as reuniões entre a federação e o governo, mas que não há aceno positivo por parte da União.
Joseane Zanardi, diretora do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), aponta a falta de investimento pelo Governo Federal como motivo do aumento da fila. O reforço necessário, segundo avalia, seria na realização de concursos para pessoal técnico especializado no atendimento desses processos e também em tecnologia para dotar o INSS de capacidade de maior processamento dos pedidos.