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Com 20 protocolos em negociação, Ceará avança na estruturação do hub de hidrogênio verde
Economia

Com 20 protocolos em negociação, Ceará avança na estruturação do hub de hidrogênio verde

|PERSPECTIVAS| Além dos 14 memorandos assinados, outros três devem ser fechados em fevereiro e mais três estão em negociação. Principais desafios incluem infraestrutura, logística e licenciamento ambiental
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Refinaria tem área reservada no setor 2 da ZPE do Ceará (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA Refinaria tem área reservada no setor 2 da ZPE do Ceará

O processo de implantação de um hub de hidrogênio verde no Ceará, tendo o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) como eixo, avançou mais um passo nesta semana, por meio de uma videoconferência reunindo, pelo menos, nove empresas interessadas em investir nessa área, além de diversas secretarias estaduais para tratar de questões relacionadas à governança do projeto.

No total, segundo a Secretaria do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho do Ceará (Sedet-CE), 20 empresas negociam a participação no hub. Elas estão em diferentes fases de entendimento com as autoridades estaduais e com o próprio CIPP. No último dia 13 de dezembro, por exemplo, foi assinado o 14º memorando de entendimento para investimentos em hidrogênio verde. O projeto apresentado pela AES, na ocasião, estimava uma geração inicial de 1 GW, além de 500 mil toneladas de amônia verde por ano.

Outros três memorandos estão previstos para serem assinados até fevereiro deste ano e mais três se encontram em fases menos avançadas de conversações, conforme o secretário Maia Júnior. Apesar do número expressivo de empresas interessadas, o titular da Sedet-CE, lembra que há diversas etapas a serem concluídas ainda. “Tudo vai depender dos estudos de viabilidade, que requerem investimentos altos. Mas, a gente tem confiança, até pelo porte das empresas que nos tem procurado, que um grande volume delas vai se instalar no Ceará”, avalia.

Por sua vez, o secretário-executivo de Regionalização e Modernização (vinculada à Casa Civil), Célio Fernando Bezerra Melo, explica que o evento da última quinta-feira, 19, é desdobramento de um workshop realizado no mês passado. “No primeiro evento, participaram cerca de 40 empresas da cadeia produtiva relacionada à implantação do hub. Agora, nós tivemos conversas com outras que não participaram do primeiro, por questões de agenda, além daquelas que chegaram de dezembro para cá, já que tem mais gente nos procurando”, afirma .

Nesse sentido, Maia Júnior, ressalta que o atual momento é de esclarecer “qualquer dúvida em relação ao que as empresas vão ter de estabelecer nos estudos de viabilidade econômica e na implantação desses projetos”. Ele acrescentou que, entre os principais pontos de interrogação que os potenciais investidores têm, está a questão da infraestrutura, incluindo a portuária. “A ampliação do Porto do Pecém para embarcar hidrogênio verde será necessária, se essas empresas todas se instalarem lá. Nós não temos suficiente estrutura para fazer esses embarques todos”, enfatiza.

O secretário do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho destaca como outras demandas apresentadas pelas empresas interessadas em integrar o hub do hidrogênio verde, aspectos relacionados aos recursos hídricos, à regulamentação ambiental e à energia. Sobre esse último ponto, Maia Júnior cita a questão das conexões nas subestações. “Se eu monto um contrato para fornecer energia a uma empresa de hidrogênio e vou fazer a geração em Tianguá, como é que eu faço para essa energia chegar até o Porto do Pecém? Esses são assuntos que as empresas têm dúvidas”, pontua.

Diante da complexidade da instalação do hub, o secretário executivo de Regionalização e Modernização, Célio Fernando Bezerra Melo, lembra que o projeto está inserido em um contexto de transição energética global. “Às vezes, tem quem pergunte porque estamos trazendo gás e, eu respondo: porque a gente tem que criar uma infraestrutura primeiro. Só depois trocaremos o chamado hidrogênio azul (produzido com gás, que já é menos poluente que as nossas fontes utilizadas atualmente) pelo hidrogênio verde, Não é uma mudança de uma hora para outra”, esclarece.

Capacitação

O Governo do Ceará já capacitou mais de 3.500 pessoas para atuar no hub de hidrogênio

 

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