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Projeto de usina solar flutuante cearense pretende impulsionar irrigação e abastecimento
Economia

Projeto de usina solar flutuante cearense pretende impulsionar irrigação e abastecimento

|FONTES RENOVÁVEIS| Experiência em fazenda no município de Pindoretama obteve ganho de produtividade de até 150%. Ideia é expandir tecnologia desenvolvida para outros Estados
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Usina solar flutuante em Brejo Santo (CE), na Fazenda Chica Doce (Foto: Gram-Eollic/Divulgação)
Foto: Gram-Eollic/Divulgação Usina solar flutuante em Brejo Santo (CE), na Fazenda Chica Doce

Com cerca de 23 MW de potência instalada em energia solar, o Ceará também caminha para se tornar referência na construção de usinas solares flutuantes.

Um projeto implantado em uma fazenda no município de Pindoretama voltado para fornecer eletricidade a um sistema irrigado de produção de feno já permitiu um crescimento de produtividade de 150%.

A fazenda Chica Doce - BS que produzia em média 80 fardos de feno por hectare passou a produzir 200 fardos por hectare. O resultado foi possível por conta de um mecanismo capaz de bombear 40 mil litros de água por hora, a partir da energia gerada pela usina.

De acordo com Fernando Ximenes, presidente da Gram-Eollic e desenvolvedor do projeto, “nesse porte não há sistema semelhante em escala global. Existiam projetos com bombas d’água de até 1.500 litros por hora, mas o que desenvolvemos aqui no Ceará pode ser adaptado para sistemas maiores, não só de irrigação, mas também de abastecimento de água”.

A usina solar flutuante conta ainda com um sistema de refrigeração das células solares que eleva o fator de potência em 60% e é acionada e desligada automaticamente ao nascer e ao pôr do sol. “A própria lâmina d’água refrigera essas células e em contrapartida na hora que você cobre grande parte do açude com a instalação da usina impede que a água se evapore, reduzindo perdas na capacidade de armazenamento”, explica Ximenes. Ele estima o retorno médio desse tipo de investimento em 15 meses, podendo ser reduzido a oito meses a depender dos ganhos em produtividade e do tipo de cultura produzida.

Ximenes também destacou inovações do projeto em termos de segurança. “As células são totalmente encapsuladas, isoladas, evitando infiltração ou algum tipo de curto-circuito, além de ficarem 40 centímetros acima da lâmina d’água no caso de uma usina projetada para barragem ou para açude. Naturalmente, essa altura precisaria ser ajustada no caso de um projeto para usina solar flutuante instalada em rio ou mar”, complementa.

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