O estudo compilado no Boletim Desigualdade nas Metrópoles apontou também que a região metropolitana de João Pessoa, na Paraíba, é a mais desigual do Brasil, com Coeficiente de Gini de 0,699, medido no 3º trimestre de 2021.

O levantamento que tem como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que houve piora nesse indicador, que era de 0,663 no 3º trimestre de 2019, antes da pandemia de Covid-19.

Das cinco metrópoles mais desiguais do País, conforme o levantamento, três estão no Nordeste. Além do caso paraibano, aparecem também as regiões metropolitanas de Recife, em segundo lugar no ranking, com índice de 0,676, e de Aracaju, que ocupa a quinta posição, com índice de 0,654. Fora da região, destacam-se as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, terceira mais desigual do Brasil, que tem Coeficiente de Gini de 0,664, e de Belém, em quarto lugar no ranking, com esse indicador em 0,657.

Nessas regiões, em particular, mas também em outras partes do País, segundo o pesquisador Marcelo Ribeiro, que também participou do estudo “se não houver um processo de recuperação econômica para dinamizar o mercado de trabalho e gerar mais empregos, há uma tendência de manutenção desses patamares de desigualdade ou aumento, principalmente pelo efeito da inflação”.

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) acrescenta que, por esse motivo, “à medida que os rendimentos nominais não tenham sido elevados, a renda real tende a diminuir”.