O impacto do aumento da Selic na economia real deve ser importante para a geração de riquezas do Brasil neste ano. Quem afirma isso é o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez. Ele enfatiza que devido a um conjunto de fatores, como choques na cadeia de oferta e a sustentação da demanda por meio de injeções de capital, a pressão nos preços veio e agora a política monetária visa o controle da inflação.
O economista destaca que em termos de PIB, o salto da Selic de patamar de 2% para 10,75% gera um efeito negativo da ordem de 2% em PIB, segundo uma conta uma conta que prevê que para cada 1 p.p. de aumento da Selic, tira do PIB 0,2% de crescimento. "Em outras palavras, num ciclo cheio de política monetária de 20 meses, teríamos um PIB 2% maior. Em termos monetários, falamos de R$ 140 bilhões deixando de circular na economia".
Étore entende que esse ciclo vem enfraquecendo e minando a economia brasileira. "Nossa perspectiva é que a Selic avance mais uma vez em março, chegando a 11,75% e fique neste patamar até o fim do ano, quando fecharemos com previsão de crescimento de 0,3% do PIB. O que é muito ruim e já diminui as perspectivas de crescimento para 2023".
"O ano da retomada, se vier, será em 2024, quando o Brasil tiver em uma rota mais promissora. E vai depender muito desse ciclo eleitoral de 2022. As decisões de investimentos são sistematicamente postergadas, pois temos duas agendas bem diferentes que são antagônicas", analisa.