O Ceará apresentou crescimento de 16,6% em 2021 e chegou a 1,4 milhão de contratos ativos de banda larga fixa. Esse avanço é superior ao crescimento nacional, de 14%, no mesmo período. Outro destaque para esse resultado se dá pelo fato de que 80,7% da banda larga cearense ser em fibra óptica. A média cearense se destaca ante a média nacional que fica em 62,7%. Os dados fazem parte do relatório da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
No mercado de banda larga fixa, a Brisanet manteve a liderança em 2021, sendo responsável por 23,8% do mercado cearense. Quando comparamos com o resultado de 2020, vemos a ampliação da participação da empresa, ampliando em 1,7 ponto percentual (p.p.) seu market share.
Importante mudança houve na segunda colocação deste ranking com a forte ampliação na participação da Mob Telecom, que saltou de 7,7% em 2020, para 16,4% do mercado em 2021, mais que dobrando seu market share e superando a Oi (caiu de 10,9% para 9,1%).
Para Jorge Fredericson de Macedo Costa da Silva, professor de Telecomunicações do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), esse crescimento de mercado das empresas locais consolida a evolução que vêm apresentando nos últimos anos. Na avaliação do professor, os serviços Oi Fibra e Vivo Fibra correm para voltar a serem competitivos junto às empresas cearenses e com novos concorrentes como a Claro Residencial, antiga Net.
"Nos últimos 10 anos, o cenário de Internet no Estado evoluiu bastante, com a consolidação da rede 4G e instalação de uma infraestrutura de fibra óptica. Nessa disputa, as empresas provedoras do serviço de Internet via cabo metálico, GVT (hoje Vivo Fixo) e Velox (Oi) deram espaço a novos players no mercado. Tanto a Brisanet quanto a Mob tiveram capitalizações, que permitiram instalar sua rede de Fibra Óptica e hoje conseguem expandir, tomando o espaço que antes pertenciam a Oi e Vivo", analisa.
Ainda segundo Jorge, esse avanço permitiu a popularização do acesso às redes de banda larga nas periferias e Interior, por meio do atendimento de pequenos provedores, posteriormente adquiridos em maior proporção por Brisanet e Mob.
Na telefonia móvel, entre 2020 e 2021, a Oi ganhou mercado e ampliou a liderança no Estado. Saltou de market share de 31,9% para 32,3%. Essa alta pode ser explicada pela perda de espaço da Tim, que permanece como segunda maior operadora no Ceará, mas que perdeu espaço, saindo de 29,7% para 27,4% em um ano. A Claro chegou a 27,3% do mercado e praticamente empatou na segunda colocação.
Somando-se ao resultado da telefonia móvel e banda larga, o Ceará ainda teve crescimentos importantes nos mercados de TV por assinatura (+48,7%, chegando a 449,4 mil acessos) e de telefonia fixa (+24,9%), chegando a 567,1 mil acessos), mesmo que esses representam nichos menores.
Ao todo, estão ativos 12,1 milhões de contratos em serviços de telecomunicação no Ceará ao fim de 2021. Isso representa avanço de 17,47% no ano passado ante o que foi obtido em 2020. Quando analisamos a densidade no acesso aos serviços, numa análise de acessos por 100 habitantes, principalmente entre os serviços de banda larga e telefonia móvel, o Ceará se mostra um mercado em evolução e potencial de crescimento.
No que se refere à densidade dos acessos de banda larga, o Ceará atingiu 14,9 acessos por 100 habitantes, enquanto a média nacional ao fim de 2021 foi de 19,6. Para o professor do IFCE, a demanda por internet deve se ampliar com as mudanças de hábitos de consumo e com a retomada da economia.
"Então, a tendência é que a demanda por Internet, talvez agora um apelo maior pela rede móvel, continue a ser crescente. Para 2022, a expectativa é que a rede 5G comece a entrar em operação, pelo menos em Fortaleza, e toda essa infraestrutura criada para atender a demanda gerada na pandemia seja aproveitada nesse contexto", afirma.
EVOLUÇÃO
O ano de 2021 também se destacou na telefonia móvel pelo início do envio de dados com a tecnologia 5G. As operadoras Tim, Vivo e Claro informaram um total de 1,2 milhão de acessos nesta tecnologia em dezembro de 2021. Cabe ressaltar que os atuais acessos 5G são do tipo DSS (Dynamic Spectrum Sharing), já que as faixas próprias para o 5G "puro" foram leiloadas em novembro de 2021 e estarão liberadas para uso em junho de 2022.
BRASIL CONECTADO
De acordo com o painel de dados da Anatel, os assinantes de banda larga fixa passaram de 36,3 milhões em dezembro de 2020 para 41,4 milhões em dezembro de 2021, crescimento de 14%, superando o aumento significativo de 10% observado entre os anos de 2019 e 2020. O destaque fica para os acessos com tecnologia de fibra ótica, que somavam 26 milhões ao final de 2021.
OS NÚMEROS DA TELECOMUNICAÇÃO NO CEARÁ
12,1 milhões de contratos de telecomunicações em 2021 (+17,47% ante 2020)
Acessos Banda Larga Fixa: 1,4 milhão (+16,6%)
Densidade (acessos/100 hab.): 14,9
Acessos Telefonia Móvel: 9,7 milhões (+15,47%)
Densidade (acessos/100 hab.): 102,1
Acessos TV por assinatura: 449,4 mil (+48,7%)
Densidade (acessos/100 hab.): 4,9
Acessos Telefonia Fixa: 567,1 mil (+24,9%)
Densidade (acessos/100 hab.): 6,2
TECNOLOGIA
Banda Larga
Fibra 80,7%
Cabo Metálico 7,7%
Cabo Coaxial 6,9%
Rádio 4%
Tecnologia Tel. Móvel
4G 77,4%
3G 11,6%
2G 10,7%
PARTICIPAÇÃO DE MERCADO
Banda Larga
1° - Brisanet: 23,8%
2° - Mob Serviços: 16,4%
3° - Oi: 9,1%
4° - Claro: 5,7%
5° - Videomar Rede Nordeste: 5,6%
Telefonia Móvel
1° - Oi: 32,3%
2° - Tim: 27,4%
3° - Claro: 27,3%
4° - Vivo: 12,8%
Fonte: Anatel