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Rússia tem fuga de empresas após início da guerra
Economia

Rússia tem fuga de empresas após início da guerra

Medias de multinacionais reforçam sansões comerciais implementadas por países do ocidente e agravam o cerco contra a economia russa
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Liderados por Vladimir Putin, ataques contra a Ucrânia fazem com que ao menos 23 multinacionais paralisem operações comerciais na Rússia  (Foto: ALEXEY NIKOLSKY/AFP)
Foto: ALEXEY NIKOLSKY/AFP Liderados por Vladimir Putin, ataques contra a Ucrânia fazem com que ao menos 23 multinacionais paralisem operações comerciais na Rússia

Ao menos 22 multinacionais de diversos segmentos já anunciaram a suspensão, parcial ou total, de suas atividades e relações comerciais com a Rússia. Ação é uma resposta do setor empresarial global às ofensivas militares russas lideradas por Vladimir Putin contra a Ucrânia.

Dentre as marcas que não atuam mais em solo russo estão Adidas, Apple, Visa, MasterCard, algumas montadoras e gigantes petroleiras e do setor de energia.

A posição das empresas se soma a sanções comerciais e financeiras aplicadas à Rússia, a oligarcas russos e ao presidente do país, Vladimir Putin, e agravam o cerco contra a economia russa, que enfrenta a maior desvalorização de sua história. 

No começo da noite da última terça-feira, 1º de março, a empresa de tecnologia norte-americana, Apple, anunciou a suspensão imediata da comercialização de seus produtos em território russo. Além disso, os serviços de pagamento da Apple Pay e de GPS da empresa também foram suspensos na Rússia. Decisão semelhante também foi tomada pelo Google.

Em publicação em uma rede social, Tim Cook, CEO da empresa, afirma que toda companhia está "profundamente preocupada" com a guerra da Rússia contra a Ucrânia e que tem mantido apoio constante aos esforços humanitários em atuação no conflito.

Na sequência das sanções esportivas aplicadas contra a Rússia, a Adidas confirmou a suspensão imediata do patrocínio à Federação Russa de Futebol. A informação foi revelada por um porta-voz da empresa para agência de comunicação internacional France-Press ainda na noite do dia 1º deste mês. O comércio dos produtos da marca, porém, segue autorizado na região, mas outros detalhes sobre a decisão da empresa não foram revelados.

Empresas do agronegócio como a Bunge e a Archer-Daniels-Midland Co estão suspendo as operações na Rússia e na Ucrânia, optando por afastar sua produção da linha de confronto. O mesmo é válido para a Carlsberg e a engarrafadora de produtos da Coca-Cola HBC e a fabricante de aço Arcelor Mittal.

Sistema financeiro isolado

Além disso, como tanto Estados Unidos, quanto Reino Unido, Canadá, Austrália e toda União Europeia anunciaram sanções financeiras à Rússia após o início dos ataques à Ucrânia na última quinta-feira, 24 de fevereiro, empresas globais de pagamentos e gestão de crédito com sede nesses países passaram a suspender parcialmente as atividades em solo russo. 

A informação foi confirmada pela agência de comunicação Reuters ao revelar que tanto a Visa quanto a MasterCard estão bloqueando transações financeiras de instituições bancárias, empresas, entidades e pessoas ligadas à Rússia e com apoio declarado ao líder da ofensiva militar contra a Ucrânia, Vladimir Putin. Ambas as empresas se comprometeram ainda em doar US$ 2 milhões cada para ajuda humanitária na Ucrânia.

Com as medidas da Visa e da MasterCard, a Rússia enfrenta um novo grau de isolamento financeiro, dependendo exclusivamente de recursos aplicado pelo Banco Central do país, que já mais que dobrou a taxa de juros nacional, e ativos como ouro e criptomoedas para evitar o colapso da economia russa. O País teve o comércio bloqueado para seus principais exportadores e importadores e segue suspenso do sistema bancário global, o Swift.

Empresas de energia e combustíveis

No setor de energia e combustíveis, principal pilar econômico da Rússia, ao menos cinco multinacionais anunciaram a suspensão das atividades em solo russo. Entre elas estão a Shell, a BP Biocombustíveis, a ExxonMobil, a TotalEnergies e a Equinor

ExxonMobil, Shell e BP anunciaram que abandonariam completamente suas aplicações no País, rompendo acordos de décadas firmados com a petrolífera russa Rosneft e com a Gazprom, especializada na exploração do gás natural. Os custos para as empresas são bilionários, mas o movimento de mercado é para fragilizar a economia russa com intuito de forçar uma negociação de paz. 

A TotalEnergies decidiu seguir outras empresas que já anunciaram sanções contra a Rússia e disse que condena a ação militar russa na Ucrânia, que tem consequências trágicas e ameaça a Europa, e informou que implementará as sanções europeias mesmo que isso traga efeitos para as suas atividades no país. Em comunicado, a empresa francesa ressaltou que está avaliando os impactos que isso causará nas suas operações.

Montadoras

A Ford anunciou o abandono dos 50% das operações que gerenciava na Ford Sollers, empresa russa resultado da fusão com a Sollers. No mesmo sentido, a Harley-Davidson e a Jaguar Land Rover anunciaram a paralisação total de suas concessionárias na Rússia, bem como a suspensão imediata do envio de seus produtos para compradores russos.

A suspensão de veículos para Rússia também foi adotada pela Volvo e pela General Motors. Enquanto isso, a Renault optou por paralisar a linha de fabricação instalada em Moscou, conforme informações da CNN Brasil.

A emissora revela ainda que a Daimler Trucks paralisou tanto as exportações quanto a fabricação de caminhões e venda de peças do automóvel em solo russo. Já o Grupo Mercedes-Benz afirma estar analisando uma forma viável para suspender a participação no mercado da Rússia.

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