Com a inflação acumulada de janeiro em 10,38% e os recentes reajustes computados em fevereiro, o salário mínimo ideal do brasileiro deveria ser de R$ 6.012,18. Valor é o mínimo necessário para garantir o atendimento às necessidades básicas de uma família de quatro pessoas. A projeção é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Em Fortaleza, para comprar uma cesta básica, com 12 produtos essenciais para alimentação diária de uma pessoa adulta, o consumidor precisa trabalhar 110 horas e 39 minutos. As informações fazem parte da pesquisa da Cesta Básica realizada pelo Dieese e divulgada nesta quarta-feira, 9 de março, com relação a dados de fevereiro deste ano.
A média de horas trabalhadas no Brasil para compra de uma cesta básica é de 114 horas e 11minutos. Em janeiro deste ano estava em 112h20min, enquanto há um ano, em fevereiro de 2021 era de 110h22min.
Para equiparar a renda mínima com os preços dos alimentos, o salário mínimo deveria ser cerca de cinco vezes maior do que o patamar atual.
O valor é calculado "levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência", conforme pontua o Dieese.
Com relação aos preços praticados, enquanto em Fortaleza uma cesta básica custa R$ 609,60, maior patamar do Nordeste, em São Paulo, chega a R$ 715,65, sendo o mais alto entre todas as 17 capitais monitoradas pelo Dieese.
Os trabalhadores cearenses que ganham apenas um salário mínimo, fixado em R$ 1.212 neste ano, precisam comprometer 53,84% da renda do mês para comprar uma cesta básica. Na região mais cara do Brasil, em São Paulo, o percentual de renda a ser comprometido para compra básica de alimentos chega a 63,83%.
Com relação aos doze produtos que integram a cesta básica montada pelo Dieese, oito computaram altas em todo o Brasil. O feijão, produto com maior alta em fevereiro, ficou até 7,25% mais caro, com alta em todas as capitais que integram o levantamento.
Na sequência, o café ficou até 7,77% mais caro, registrando redução de preço apenas em São Paulo, onde o produto ficou 3,86% mais barato. O óleo de soja teve alta de até 2,89%, enquanto a batata chegou a uma variação de até 48,40% no preço. A carne bovina e a manteiga computaram alta em 14 das 17 regiões pesquisadas.