Logo O POVO+
Investimentos do Ceará em educação e tecnologia são diferenciais para aportes milionários, diz CEO da Klabin
Economia

Investimentos do Ceará em educação e tecnologia são diferenciais para aportes milionários, diz CEO da Klabin

Ao O POVO, o CEO da Klabin, Cristiano Teixeira, enfatiza o planejamento de longo prazo da empresa e enxerga o Ceará com bom potencial. Em Horizonte, empresa fez aporte de R$ 188 milhões em fábrica após dois anos de inauguração
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
CRISTIANO Teixeira, CEO da Klabin, destaca interesse da companhia no Ceará (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA CRISTIANO Teixeira, CEO da Klabin, destaca interesse da companhia no Ceará

Interessados no avanço dos setores de fruticultura e e-commerce, além da indústria, a Klabin ampliou seus investimentos no Ceará. Na semana passada, a empresa anunciou aporte de R$ 188 milhões na sua fábrica de Horizonte depois de apenas dois anos em que investiu R$ 50 milhões na aquisição do espaço. O CEO da Klabin, Cristiano Teixeira, destacou o pensamento de longo prazo da empresa em seus aportes e a visão de que o Ceará com investimentos em educação e tecnologia, terá ganhos de produtividade no futuro.

Ao O POVO, Cristiano destacou a grande movimentação de aportes milionários de recursos de empresas do setor de embalagens nas suas unidades no Ceará. Ele entende que esse é um movimento natural pelo avanço da região Nordeste em índices superiores aos nacionais. E confirmou que a intenção é continuar aumentando a escala de aportes no Estado.

 

 

Operários trabalham em fábrica da Klabin.
Operários trabalham em fábrica da Klabin. (Foto: FABIO LIMA)

O POVO - Desde o anúncio do protocolo de entendimento com o Governo do Ceará e o anúncio de ampliação dos trabalhos no Estado se passaram dois anos, no que é um desenvolvimento acelerado da empresa...

Cristiano Teixeira - Nessa indústria de papel e celulose são investimentos de longo prazo. Realmente avaliamos as condições das regiões do País e a gente sempre olhou para o Nordeste com muita atenção. Já estamos na Região com plantas na Bahia e em Pernambuco, além de duas unidades no Norte. E agora vimos no Ceará como sendo o próximo grande passo da empresa no Nordeste. E a gente quis agilizar realmente, primeiro com a parte de conversão, produzindo a partir de chapas que vinham do estado de Pernambuco e agora integramos ainda mais a produção aqui no Estado, agora produzindo essas chapas aqui. Passa a ser uma unidade com capacidade de produção de 100 mil toneladas de papelão ondulado e esperamos que com o desenvolvimento da Região possamos investir ainda mais na sequência, pois, com o espaço que temos aqui, podemos continuar investindo no aumento da capacidade de produção.

OP - Recentemente, dois concorrentes da Klabin nesse mercado de embalagens (West Rock e Smurtfit Kappa) anunciaram vultosos investimentos em suas plantas no Ceará. Como o senhor observa essa concorrência no mercado?

Cristiano - São empresas maravilhosas, sendo inclusive parceiros nossos no mercado internacional - a Klabin é fornecedora dessas empresas em outros países, inclusive no Brasil - então nos sentimos honrados em estar ao lado desses concorrentes e também clientes na Região. Se essas empresas olham para o Ceará com essa intenção de crescimento de investimento é porque de fato está se enxergando no Estado puxando o desenvolvimento que está na Região. Há um momento especial, o Ceará é um estado que sempre mostrou dedicação especial ao ensino, vem se destacando na Educação. Essa é uma região estratégica, portanto, as oportunidades virão ainda no futuro serão enormes.

Cristiano Texeira, diretor geral da Klabin, anunciando aporte de R$ 188 milhões na fábrica de Horizonte-CE.
Cristiano Texeira, diretor geral da Klabin, anunciando aporte de R$ 188 milhões na fábrica de Horizonte-CE. (Foto: FABIO LIMA)

OP - O quesito localização é avaliado por muitas empresas ao se instalar no Ceará pensando em exportação, via Porto do Pecém ou Aeroporto de Fortaleza. Como a Klabin observa esse ponto?

Cristiano - A nossa intenção de exportação aqui no Ceará é indireta porque os nossos clientes são exportadores. (Com relação às demandas da Klabin,) O que a gente recebe aqui via porto são alguns tipos de papéis especiais que trazemos do Sul do País para produzir as caixas aqui. Depois de produzidas e embaladas com o produto do nosso cliente, aí sim será exportado. E é estratégico para gente nossa presença aqui.

OP - O cenário econômico atual se mostra desafiador, saindo de uma pandemia e agora temos o início do conflito entre Rússia e Ucrânia. Como isso muda as expectativas e inibe o mercado?

Cristiano - De fato, a soma das duas catástrofes humanitárias, a pandemia e a guerra, tem um somatório de complexidade do ponto de vista geopolítico, de saúde pública e humanitário. E cabe a nós, como empreendedores, representantes de grandes conglomerados, acreditar, investir na Região, produzir mais, pois será por meio do desenvolvimento que vamos conseguir enxugar as lágrimas dessas catástrofes que estamos enfrentando.

OP - A Klabin tem planos bem consolidados quando a temática é desenvolvimento sustentável. O que podemos esperar da companhia para os próximos anos?

Cristiano - O desenvolvimento sustentável engloba todos os aspectos da cadeia produtiva, desde o plantio da árvore ou de sua transformação em fibra, processo que gera energia térmica, o que nos possibilita também gerar energia elétrica, o que nos faz ter estoque de carbono nas florestas nativas. Por meio da fotossíntese também sequestramos muito carbono nesse plantio de florestas novas, portanto nós atuamos não só na biodiversidade, mas na geração de energia elétrica, captação de CO² e, principalmente, num produto que ao fim da cadeia é biodegradável. Então, nós temos um papel de sustentabilidade na qual a Klabin se sente inserida nas grandes questões, pensando no que será o mundo para as futuras gerações.

Confira produção especial do O POVO: 

PODCAST VOO 168 BASTIDORES

O que você achou desse conteúdo?