Diferente dos demais, o PIB agropecuário recuou 4,7% em 2021. Para a analista do Ipece, Cristina Lima o principal fator para esse resultado negativo foram as condições climáticas. No ano passado, o Ceará registrou chuvas até 11% abaixo da média. Algumas culturas como as da castanha de caju, da mandioca, do maracujá e do feijão tiveram quedas acentuadas, da ordem dos dois dígitos.
O tamanho da queda, contudo, foi recebido com surpresa pelo setor produtivo, segundo admitiu Amílcar Silveira, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec). "Realmente nos causou surpresa. Não esperava isso, ainda mais uma redução muito grande", declarou ao O POVO, apontando o impacto do preço dos insumos nos negócios locais. Na análise do presidente da Faec, as compras de milho e soja (base da alimentação animal) de outros estados a preços mais elevados prejudicou a agropecuária local que amargou uma queda no produto interno bruto.
Apesar disso, o setor apresentou recuperação no 4º trimestre de 2021, puxado, principalmente pelo desempenho da pecuária e avançou 3,97% na comparação com o 4º trimestre de 2020.
Para 2022, segundo Silveira, a estimativa de uma quadra chuvosa satisfatória pode elevar a produção também de outros segmentos do agronegócio e dar mais força ao PIB do setor.
(Colaborou Armando de Oliveira Lima)