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Aceleradoras apostam conexões entre empreendedores para fortalecer ecossistema de inovação no Ceará
Economia

Aceleradoras apostam conexões entre empreendedores para fortalecer ecossistema de inovação no Ceará

Investimento em parcerias comerciais e conexões entre empreendedores é estratégia usada por agentes de fomento na aceleração dos modelos de negócios das startups
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ALÉM das startups, também cresceram as aceleradoras, como a Casa Azul Ventures (Foto: Beatriz Boblitz/ em 17-1-2020)
Foto: Beatriz Boblitz/ em 17-1-2020 ALÉM das startups, também cresceram as aceleradoras, como a Casa Azul Ventures

A consolidação do ecossistema de inovação no Ceará ainda enfrenta gargalos, mas a relação em rede de entidades de amparo a startups impulsiona o crescimento de novos negócios no Estado. Uma das estratégias adotadas tem sido o investimento em metodologias ágeis e tecnologia focando em propostas de desenvolvimento sustentável.

"Buscamos boas ideias e bons empreendedores com soluções que resolvam problemas reais da sociedade”, pontua Nathália Cavalcante, coordenadora do Programa em Rede de Apoio à Incubação e Aceleração de Startups (Praia).

O programa conta com apoio institucional do Instituto Atlântico, Núcleo de Tecnologia e Qualidade Industrial do Ceará (Nutec) e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece) e se consolida com uma metodologia própria de amparo à inovação.

Criado em 2020, a iniciativa conta com oito startups em diferentes estágios desde a ideação, incubação e aceleração, com saldo de R$ 700 mil em editais de fomento em dois anos de atuação. A metodologia personalizada do Praia tem atraído multinacionais para parcerias de investimentos e aposta em tecnologia, avaliações personalizadas e a cooperação entre entidades de fomento.

“Somos um programa em rede, de startup para startup, que conecta grandes parceiros na consolidação de um ecossistema para que todos possam usufruir do que esse ecossistema tem a nos oferecer”, pontua Nathália.

O foco é que a partir do ingresso no programa, a startup tenha materiais, aporte financeiro a partir de R$ 25 mil e amparo para superar obstáculos no seu desenvolvimento e garanta assim a capacidade de escalonar seu negócio por meio de um acompanhamento individualizado por parte dos mentores e potenciais parceiros comerciais.

Tais relações entre agentes de fomento, investidores e startups auxiliam todo o contexto da economia criativa no Ceará, conforme avalia Maurício Cardoso, diretor de operações da aceleradora Casa Azul, do Grupo de Comunicação O POVO. “Estamos caminhando, mas precisamos trabalhar muito. Ainda temos empreendedores que não estão prontos para levar sua ideia para frente, ainda temos investidores da região que não estão buscando startups do Estado como prioridade”, comenta.

O gestor destaca ainda que é preciso um conjunto de políticas públicas mais efetivas para garantir não só o surgimento de novas startups, mas o desenvolvimento, consolidação e rentabilidade das que atuam no mercado. Maurício revela ainda que a aceleradora realizou o mapeamento de 174 startups cearenses com potencial para aceleração do modelo de negócios.

A ação busca, além de agilizar o processo de seleção da Casa Azul, construir um banco de dados como base para consolidação de relações comerciais e de incentivos entre os próprios empreendedores mapeados. A partir da estratégia de mapeamento e monitoramento, a aceleradora reduziu o tempo de seleção ao focar em entrevistas com os empreendedores e dispensar editais de seleção, desburocratizando o processo sem reduzir os parâmetros técnicos na avaliação dos empreendimentos inovadores. 

“Temos uma projeção de chegar em R$ 50 milhões de valorização do valor de mercado na nossa carteira de startups. Isso seria dobrar nossos resultados de 2021”, pontua Maurício ao destacar que os avanços no setor de inovação no Ceará geram uma boa expectativa de resultados para 2022.

Edital acelera negócios no Estado

No caso do Praia, as seleções ocorrem por meio de edital. O próximo será lançado dia 31 mediante evento online transmitido pelo canal do Youtube da entidade. Poderão se inscrever startups das áreas de Agronegócio e Bioeconomia, Energia, Indústria 4.0, Saúde e Bem Estar, Mercado Financeiro, Cidades Inteligentes, Economia Digital e Sociedade sustentável, desde que tenham como pilar central o uso de tecnologia.

O foco, conforme Nathália, são essencialmente empreendimentos que já estejam em atuação no mercado com usuários e algum faturamento para que sejam impulsionados no programa de seis meses. Para quem cumprir todas as etapas do processo, a aceleração termina com uma oportunidade de negócio que pode variar entre 7% e 10% do capital da startup.

Com relação a Casa Azul, após o mapeamento, a entidade mantém contato direto e indireto com os negócios registrados no levantamento e garante um canal aberto para propostas de aceleração.

Apesar disso, conforme Maurício, negócios que não tenham sido registrados no estudo da aceleradora podem entrar em contato pelo e-mail "mauricio.cardoso@casaazul.vc" para apresentar suas ideias e modelo de negócios. A seleção pode ser feita a qualquer momento sendo compostos por três entrevistas.

"Temos muito cuidado em não trabalhar o mercado de Venture Capital como apostas (que se espera ganha no volume e na estatística), mas sim investir e acompanhar de muito perto as startups que estão conosco", finaliza o diretor da Casa Azul ao reforçar que a aceleradora impulsiona negócios de qualquer segmento. 

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