Com a queda brusca de 21% no dólar nos últimos meses, a busca pela moeda americana é crescente nas casas de câmbio em Fortaleza. Mas não só dela: o euro também está em alta neste mercado.
Segundo o diretor de operações da Sadoc Corretora de Câmbio, Breno Cysne, de modo geral, a procura por moedas estrangeiras entre janeiro e abril deste ano aumentou 80%.
Ele explica que, para além dos preparativos para retomada de viagens internacionais, muitos brasileiros estão aproveitando o momento para quitar compromissos internacionais, além de investimentos em imóveis e fundos, principalmente nos Estados Unidos e Portugal.
Outra surpresa do executivo é que, pela primeira vez, as casas de câmbio estão vendendo mais euro do que dólar, numa proporção 60% para 40%. "Ainda não sabemos os motivos, mas acreditamos que seja porque a Europa abriu as fronteiras primeiro, os Estados Unidos estão com demora grande no visto e tem também a questão da vacinação, que é mais acessível para quem não se vacinou em alguns locais da Europa", analisa Cysne.
A diferença entre as duas moedas que antes chegava até R$ 1,20, atualmente, tem paridade de R$ 0,50. Chama atenção também a elevação nas operações internacionais no Ceará. "Estrangeiros comprando imóveis aqui, mesmo sem visitar, desde 2020. Faziam o fechamento de câmbio e muitos começaram a vir para conhecer os locais somente a partir de julho do ano passado", comenta.
A queda do dólar também está impulsionando a retomada do turismo internacional. De acordo com pesquisa realizada pela Decolar.com, em fevereiro deste ano houve um acrescimento de 50%, em relação a igual período de 2021. Já em março, a elevação foi mais tímida, na casa de 25%.
"Além da baixa do dólar, a vacinação impacta positivamente os países a receberem os brasileiros. A procura maior está em lugares da América do Sul, como Peru e Chile, e da América Latina, o México, pois tiveram alta desvalorização do dólar", comenta o conselheiro do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon), Álvaro Carvalho, que acredita na redução maior da moeda americana, chegando entre R$ 4,15 e R$ 4,20 nos próximos meses.