A redução de 5,58% feita pela Petrobras no preço do gás liquefeito de petróleo (GLP) que é vendido nas refinarias e que entrou em vigor no último sábado, 9, aos poucos, começa a chegar também ao consumidor final. Levantamento feito pelo O POVO ontem mostrou que em algumas revendedoras localizadas na Grande Fortaleza o preço do botijão de 13 kg do gás de cozinha está até R$ 3 mais barato do que em relação à semana imediatamente anterior.
É o caso, por exemplo, de um ponto de venda no bairro Joaquim Távora, em Fortaleza, que atualizou a tabela no próprio sábado. De acordo com o atendente, o preço do botijão pago na modalidade à vista caiu de R$ 118 para R$ 115.
Porém, se o cliente preferir realizar o pagamento com cartão de crédito, o valor sobe para R$ 118. Outra opção encontrada que dá desconto é a compra direta na portaria, por R$ 110, que vem sendo demandada principalmente por clientes que moram mais perto da revendedora.
Ontem, O POVO consultou 14 estabelecimentos em Fortaleza e em Caucaia e constatou que a recarga do botijão de gás pode ser encontrada com valores entre R$ 100 e R$ 130. Nem todos, no entanto, já tinham renovado os estoques ou atualizado a tabela.
Na Capital, a maioria dos locais pesquisados realiza a comercialização do botijão de 13 kg mediante troca (recarga) por R$ 120. Para o consumidor que prefere comprar o botijão de 13 kg, o preço varia entre R$ 350 e R$ 420.
Em Caucaia, o consumidor pode encontrar o botijão de 13 kg disponível para troca (recarga) pelo mínimo de R$ 100, mas o preço mais comumente encontrado é de R$ 110. Se preferir a compra do botijão, o consumidor paga R$ 310. Ao todo, foram consultados 15 revendedores na pesquisa.
Vale lembrar que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) realiza semanalmente pesquisas de preços nos pontos de venda cearenses. A pesquisa mais recente, porém, não captou o reajuste. Segundo os dados entre 3/4 e 9/4, o valor mínimo do gás de cozinha no Ceará era de R$ 100, enquanto o preço máximo era de R$ 129.
Nas refinarias, a Petrobras reduziu o preço dos produtos para as distribuidoras em R$ 0,25 por quilo, o que refletiria numa redução média de R$ 3,27 no botijão de 13 kg. A estatal ainda enfatizou que a redução se baseia na taxa de câmbio, refletindo as recentes valorizações do real frente o dólar.
Para o consultor especialista no setor de Petróleo e Gás, Bruno Iughetti, essa tendência de queda deve continuar nas próximas semanas. Ele destaca ainda que o mercado aguarda um reajuste similar nos preços dos demais derivados de petróleo, como gasolina e diesel, nos próximos dez dias.
"Acredito que vá haver ainda um movimento de baixa no produto porque os preços das commodities estão num patamar de estabilidade no mercado internacional. E, contando com a valorização do real, esperamos que os movimentos de preço serão de baixa para o gás de cozinha, mas também para a gasolina e diesel", explica.
Ainda segundo o consultor, o mercado já dá sinais de que a guerra entre Rússia e Ucrânia não impacta mais da forma como quando o conflito foi desencadeado. E existe a expectativa de que haja uma estabilização de preços no patamar observado no início de fevereiro, caso não ocorra nenhuma nova intercorrência no mercado externo.
"O petróleo, que é o guia que baliza esse mercado de combustíveis, já está com o preço abaixo dos 100 dólares. Esse conflito na Ucrânia afeta muito mais o abastecimento de gás natural da Europa, mas até esse risco parece diminuto neste momento", completa.