No Nordeste, conforme antecipou o colunista do O POVO, Nazareno Albuquerque, a discrepância média entre os dependentes do Auxílio Brasil e o número de trabalhadores formais chega a ser de 20%. Na Região, apenas o estado do Rio Grande do Norte não apresenta mais dependentes do programa social do que empregados no mercado formal.
No Brasil, são 12 unidades federativas nesta situação. Todas concentradas nas regiões Norte e Nordeste. Em alguns casos, como o do Maranhão, a diferença chega a ser de 109%.
"Mesmo que o desemprego esteja diminuindo, a grande parte da retomada do emprego está se dando no mercado informal. Além disso, tem muita gente na linha da pobreza e desempregado também. É justamente o que o Auxílio Brasil representa: uma pessoa que está na linha da pobreza e não tem emprego nenhum ou que está no setor informal e ainda pode ser beneficiado por ter uma renda muito baixa", analisa Silvana Parente, presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE).
Ela reforça que é preciso ainda fortalecer o empreendedorismo formal, que gera trabalho e renda. "Capacitação, investimento em tecnologia em todos os rincões para gerar trabalho e renda de forma mais alternativa e não depender só do crescimento do PIB", conclui Silvana sobre a necessidade de uma política constante de redução do desemprego e pobreza num cenário de estagnação da economia com inflação.