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Mulheres que investem em novos negócios são maioria do público beneficiado pelo Ceará Credi
Economia

Mulheres que investem em novos negócios são maioria do público beneficiado pelo Ceará Credi

Programa já destinou R$ 63 milhões em créditos a empreendedores em menos de um ano de operação e inclui pessoas com deficiência e egressos do sistema prisional; empréstimo médio é de R$ 2.800
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Silvana Parente, coordenadora do Ceará Credi afirma que no Estado pessoas usam cartão parcelado para alimentação (Foto: Corecon / Divulgação)
Foto: Corecon / Divulgação Silvana Parente, coordenadora do Ceará Credi afirma que no Estado pessoas usam cartão parcelado para alimentação

O Programa de Microcrédito Produtivo Orientado do Governo do Ceará (Ceará Credi) já destinou, em aproximadamente dez meses de operação, R$ 63 milhões em créditos para micro e pequenos empreendedores do Estado. Mulheres que investem em novos negócios são a maioria do público beneficiado, que atualmente é de cerca de 24 mil pessoas.

Cerca de 32% dos empréstimos foram destinados à abertura de novos empreendimentos, enquanto os demais 68% foram utilizados para o fortalecimento de atividades econômicas já existentes. O perfil das pessoas financiadas pelo Programa é composto majoritariamente por mulheres — são 70% frente a 30% de homens. Do total, 30% são jovens.

Os números são da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), que desenvolve a iniciativa em parceria com Instituto E-Dinheiro e Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT) com o objetivo de garantir a inclusão produtiva pelo acesso ao crédito e abertura de novos negócios em todo o Estado.

“E 48% de todos é o público preferencial das políticas sociais: mulheres chefes de família, mulheres vítimas de violência, pessoas com deficiência e egressos do sistema posicional, porque o microcrédito busca atingir as famílias mais vulneráveis”, explica Silvana Parente, Diretora de Economia Popular e Solidária da Adece.

Quanto às áreas de destinação, 74% dos empréstimos foram para o comércio, 21% para o setor de serviços e 13% para o de produção. O valor do empréstimo médio tem sido em torno de R$ 2.800.

“Ninguém vai substituir os bancos, mas essas pessoas dificilmente teriam acesso ao sistema financeiro, então ele (o programa) gera uma oportunidade de inclusão produtiva financeira no processo de retomada, com pessoas que estavam desempregadas ou que já tinham seu negócio mas estavam com dificuldade para manter”, comenta Silvana, que também é presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE).

O presidente da Adece, Francisco Rabelo, projeta que a iniciativa cresça e estima um público de 1 milhão de cearenses que ainda devem ser beneficiados pelo programa. “O Ceará Credi tem um público muito grande para atender, o estado precisa de ações como essa para dar oportunidade. Daqui pra frente nosso ritmo é muito maior, cerca de 10 (milhões), 15 milhões por mês. A ideia é que cresça cada vez mais e a dimensão é de que 1 milhão de cearenses seja o público”, afirma.

Para a economia, Rabelo acredita que “com certeza vai ser um crescimento muito grande, já temos renovações de quem tirou, à medida que o povo vai tomando conhecimento isso vai incrementando a economia, porque movimenta quem está desempregado, quem não tem atividade econômica, até pessoas negativadas em sistemas de crédito”.

“A outra novidade é que nós abrimos a linha de crédito para as cooperativas da agricultura familiar e da economia solidária, voltada para agroindústrias que já tinham negócios mas não tinham capital de giro. As primeiras propostas já estão chegando e esperamos uns 8 projetos, com cooperativas de mel, caju, leite e mandioca, por exemplo”, acrescenta Parente.

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Interiorização e capacitação: Adesão de prefeituras amplia atendimento do programa

Para atender empreendedores dos municípios do interior, até abril, 80 prefeituras aderiram ao chamamento público realizado pela Adece, responsável pela operacionalização do Ceará Credi, e novas unidades de atendimento devem facilitar o acesso aos benefícios ofertados pelo programa de microcrédito.

Durante os meses de março e abril, a Associação realiza o treinamento dos novos agentes administrativos das prefeituras que atuarão em apoio aos agentes de crédito. As capacitações estão sendo realizadas nas regionais do Sertão de Crateús, Sertão dos Inhamuns, Sertão de Sobral, Serra de Ibiapada, Vale do Curu e nos litorais Norte e Oeste do Estado.

“Outra coisa importante é a questão de capacitação, porque esse crédito tem de ser orientado, e além disso a gente tem interesse em preparar as pessoas para que saibam fazer um plano de negócios, para que tenham educação financeira, entendam de marketing”, informa Francisco Rabelo.

Em operação no Ceará desde junho de 2021, o Programa disponibiliza plataforma virtual de capacitação empreendedora e educação financeira para seus clientes. Até o final de março, 8.541 empreendedores foram capacitados em cursos como: Ajudando Você a Pensar no Seu Negócio, Prepare-se Para Conseguir Crédito, Marketing digital, Formalização e Como Cuidar do Dinheiro do Seu Negócio.

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