Um dos minérios cobiçados pelo agronegócio por servir de insumo para fertilizantes e ração animal, o fosfato pode ter mais um local de exploração promissora no Ceará, segundo revelou Marcio Remédio, diretor de Geologia e Recursos Minerais do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Além de Santa Quitéria, onde é encontrado associado ao urânio, o minério é investigado na Bacia Potiguar também.
"Estamos pesquisando na Bacia Potiguar, mas dentro do estado do Ceará ainda, indo para o Rio Grande do Norte. Estamos fazendo a pesquisa", afirmou sem revelar os prazos de conclusão.
O convênio entre Estado e SGB ainda envolvem pesquisas sobre granulados marinhos no litoral cearense. O material também é usado como fertilizantes e suplementos em rações animais, mas pode ser aproveitado pela construção civil e na reconstrução de praias erodidas.
As investigações comungam com os esforços do Governo Federal para encontrar outras formas de atender o setor agropecuário desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Isso porque o primeiro país fornece cerca de 20% de todo o fertilizante consumido pelos produtores brasileiros.
Mas, além da Bacia Potiguar, o Ceará se apresenta como mais um local de exploração de fosfato no Estado. A mina de Itataia, em Santa Quitéria, tem sido o principal alvo de exploração do minério com projetos sendo feitos e refeitos há mais de 20 anos. Desde 2020, a Galvani Fertilizantes e a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), estatal também vinculada ao Ministério de Minas e Energia, remodelaram o projeto de exploração, prometendo menor uso de água e melhor tratamento dos rejeitos.
O projeto visa a produção anual de 1,05 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados, 220 mil toneladas de fosfato bicálcico (usado na nutrição animal) para atendimento da agropecuária no Norte e Nordeste. Inédito no mundo, o fosfato em Santa Quitéria é associado ao urânio e, por isso, tem despertado manifestações contra a exploração por acadêmicos, ONGs e movimentos sociais.