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"Thread do Nubank": do celular furtado a uma dívida de R$140 mil
Economia

"Thread do Nubank": do celular furtado a uma dívida de R$140 mil

Vítima. Prejuízo
Edição Impressa
Tipo Notícia
Bruno De Paula voltava de uma viagem a Barcelona com a namorada quando foi surpreendido pelo roubo de seu celular (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Bruno De Paula voltava de uma viagem a Barcelona com a namorada quando foi surpreendido pelo roubo de seu celular

O caso de Bruno De Paula, 36 anos, mostra bem o caos que pode se tornar a vida de uma pessoa por apenas alguns segundos de distração. O agente de talentos teve o celular furtado pela janela do táxi em um semáforo na Zona Norte de São Paulo, enquanto fazia um pedido de delivery a caminho de casa, depois de chegar de uma viagem a Barcelona com a namorada.

O aparelho de Bruno permaneceu desbloqueado, já que estava em uso, o que permitiu o acesso aos aplicativos e uma grande movimentação em operações bancárias. Em menos de 24 horas do ocorrido, com as brechas de segurança e a demora da ação dos bancos nos quais o jovem possuía conta, o furto gerou um prejuízo de mais de R$ 140 mil.

Em posse das contas da vítima, os assaltantes realizaram empréstimos, transferências via Pix e pagamentos de boletos com valores altos — além da compra de sete garrafas de uísque, cada uma no valor de R$ 329, por meio de um aplicativo de entrega de comida.

"No que é uma das sensações mais estranhas que já senti, o celular sumiu da minha mão. Gritei, olhei pra trás e vi um vulto correndo pra escuridão, uma imagem que nunca vou esquecer. Foi horrível, mas é só um celular. Depois compro outro. Aí percebi que tava destravado. Surtei", disse.

A história foi relatada pela vítima através do Twitter e Bruno somente conseguiu resolver a situação depois que sua thread (uma sequência de tuítes) repercutiu nas redes sociais. Passado o transtorno, o relato do rapaz tem acendido um alerta para os usuários, que passaram a se preocupar mais com a segurança digital e com os crimes cibernéticos.

Segundo o rapaz, "não é só sobre a grana, é o desespero, o medo, o trauma. Toda vez que chega e-mail, acho que estão tentando invadir. E não é questão de estornaram e agora tá tudo bem. Não tá".

Bruno De Paula ainda comentou: "durante a semana e agora, expliquei as falhas graves nos processos das empresas, não só de segurança inicial. Passei o feedback detalhado pra que haja uma melhora geral".

Apesar de ficar conhecida como "thread do Nubank", a história envolveu outras instituições como Banco do Brasil, Mercado Pago e Pagseguro, além da operadora Claro.

Sobre o assunto, a pesquisadora e cientista da computação Nina da Hora afirmou que "nunca se fez tão necessário o investimento em análise de risco em aplicativos bancários e dispositivos móveis para detectar os emuladores que permitem transações altíssimas em fraudes/furtos e roubos".

"Se um perfil que não costuma fazer empréstimo de R$ 90 mil, do nada solicita isso, por qual motivo os bancos não conferem as informações antes de liberar? Principalmente para pedidos noturnos/madrugada", questionou.

O diretor de conteúdo Edu Miguel conta que, depois de ler os comentários sobre a thread, colocou as dicas de segurança em prática: "agora todos os apps com informações sensíveis pedem biometria pra abrirem e nenhum app pode ser desinstalado sem senha. Claro que isso não garante 100% de segurança, mas pode atrasar qualquer tentativa suspeita do ladrão e me dar o tempo necessário para agir".

 

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