Para o pesquisador da Universidade Federal do Ceará, Assis Filho, as perdas operacionais no sistema de abastecimento de água se reduziram muito nas últimas décadas, tanto no caso específico de Fortaleza, quanto na esfera estadual, mas ainda há gargalos a superar para reduzir desperdícios.
"Hoje, a nossa perda se concentra mais na distribuição. Em algumas localidades, por exemplo, você precisa garantir certo nível de pressão para que a água chegue a determinado ponto e não falte na casa das pessoas, mas, quanto maior for essa pressão, maior será a possibilidade de você ter perdas no sistema."
Ele pontua que, embora tenham sido feitos aperfeiçoamentos no sistema, "ainda tem espaço para aprimoramento tecnológico. Você pode utilizar sensores nas tubulações para identificar variações de pressão e, com isso, manter uma equipe de manutenção para poder mitigar essa questão da perda. A gente sabe que nunca vai zerar essas perdas, mas pode reduzir para 10% a 20%".
A Cagece esclareceu a O POVO, por meio de nota, que "vem executando o Programa de Redução de Perdas de Água, com a meta de atingir até o final de 2034, de forma gradual, um índice de perdas de 25% e um índice de perdas por ligação no máximo de 216 litros/ligação/dia, conforme exigência do Ministério do Desenvolvimento Regional". Para isso, prevê investimentos de R$ 1,5 bilhão para os próximos 5 anos.