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Exportações cearenses crescem 15,2% em 2022 puxadas por expansão para novos mercados
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Exportações cearenses crescem 15,2% em 2022 puxadas por expansão para novos mercados

|CENÁRIO ALTERADO| Alta aconteceu a despeito da queda nas compras feitas pelo principal parceiro comercial, os Estados Unidos, e aumento expressivo de negócios fechados com México e Itália
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Hub de H2V do Pecém é destacado no estudo (Foto: CIPP/Divulgação)
Foto: CIPP/Divulgação Hub de H2V do Pecém é destacado no estudo

O Ceará apresentou um volume exportado 15,2% maior entre os meses de janeiro a maio deste ano, na comparação com período equivalente de 2021. O montante total aferido com as exportações feitas a partir do Estado, principalmente por meio de seus portos e aeroportos, foi de US$ 958,3 milhões (cerca de R$ 4,9 bilhões na cotação atual do dólar).

Esse crescimento ocorreu mesmo em um cenário do comércio exterior alterado pela guerra entre Rússia e Ucrânia e pela crise logística na China, por conta da pandemia de Covid-19. Para se ter uma ideia, embora tenha permanecido como nosso principal parceiro comercial, os Estados Unidos exportaram 53,9% menos produtos cearenses, no período analisado, enquanto o México deu um salto de 5.248%.

Os dois países da América do Norte respondem por, respectivamente, 24% e 19% da pauta de exportação do Ceará.

 

Os dados constam da plataforma Comex Stat, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Apesar do crescimento, o Ceará participa com 0,7% do volume exportado pelo País. As importações também cresceram e de modo expressivo, 90,9%, nos cinco primeiros meses do ano.

No total, o volume importado foi de aproximadamente US$ 2,4 bilhões. Com essa diferença entre o que foi exportado e o que foi importado, o Ceará apresentou um déficit em sua balança comercial de US$ 1,4 bilhões.

Produtos  em destaque

Quando considerados os produtos mais exportados pelo Ceará, o destaque vai para produtos primários de ferro ou aço, calçados, além de frutas e nozes, que tiveram participações na pauta de exportação cearense de, respectivamente: 47%, 14% e 5,7%. Já quando se consideram os produtos mais importados pelo Estado, vale destacar os óleos combustíveis, o carvão e o gás natural, que têm participação em nossa pauta de importação de, respectivamente: 26%, 14% e 9,2%. Os dados de exportação e de importação apontam para uma maior diversificação nos mercados explorados pelo comércio exterior cearense.

Fatores externos

Para o diretor de logística da Câmara Brasil-Portugal no Ceará, Carlos Alberto Nunes, “o que está ocorrendo é essa possibilidade de adentrar novos mercados. Algumas dessas aberturas estão ocorrendo devido à questão da guerra entre Rússia e Ucrânia".

Para ele, não havia a percepção sobre a importância desses dois mercados na cadeia produtiva global. "A Ucrânia, por exemplo, tem a maior área agricultável do mundo. Com o conflito, alguns produtos manufaturados brasileiros, incluindo alguns fabricados por empresas cearenses passaram a ter acesso a outros mercados”, afirma.

Nunes, que é também gerente comercial da Tecer, destaca ainda outro fator que levou, por um lado a uma quebra na estrutura da cadeia produtiva global e, por outro em novas oportunidades para o exportador cearense. “O problema de logística da China e o desabastecimento de peças em todo o mundo permitiu que nos tornássemos mais competitivos em alguns mercados”, explica.

“Então, a gente está participando mais em alguns nichos, mas ainda não na quantidade desejada. Percentualmente, avançamos muito na venda de pescado (cerca de 109%), mas se formos olhar a quantidade de toneladas vendidas ainda é baixa”, pondera.

Expansão e projeção futura

Por sua vez, Karina Frota, gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), cita o caso de alguns desses novos mercados conquistados pelo exportador cearense nos cinco primeiros meses do ano.

“Apesar da queda nas exportações para os Estados Unidos, você percebe um crescimento muito relevante por exemplo do México e da Espanha nas exportações dos produtos siderúrgicos”, exemplifica. “Já nas importações você tem um crescimento muito considerável na questão dos combustíveis, principalmente no caso dos Emirados Árabes, e também dos produtos químicos”, lista.

Quanto à continuidade do quadro deficitário na balança comercial do Ceará, Karina observa um movimento de importações estratégicas de maquinário da indústria no Estado para modernização de seu parque fabril, embora reconheça o impacto da crise dos combustíveis e dos fertilizantes, decorrentes da guerra russo-ucraniana.

“Esse movimento tende a se converter no futuro em possibilidade de incrementar nossa pauta de exportação, na medida em que passamos a produzir itens com maior valor agregado. Isso se soma a um movimento de captação de investimento estrangeiro por parte do Estado”, conclui.

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