O setor de franquias cresceu 14% em 12 meses no País, mais precisamente na comparação entre os meses de abril de 2021 a março de 2022 com período equivalente de abril de 2020 a março de 2021.
No período analisado, o faturamento do setor foi de R$ 185 bilhões e o total de empregos diretos gerados foi de quase 1,5 milhão. Os dados foram apresentados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) .
A entidade promove a ABF Franchising Expo desde a última quarta-feira, 22, e o evento prossegue até amanhã. Ao todo, 450 marcas estão expondo, 200 delas pela primeira vez. As franquias participantes têm investimento inicial que varia de R$ 3 mil a R$ 2 milhões.
De acordo com o presidente da ABF, André Friedheim, uma das razões para a expansão do setor é a relativamente baixa taxa de falências registradas nesse modelo de negócio.
“Temos um estudo feito em parceria com o Sebrae apontando que em um período de 10 anos, cerca de 80% dos negócios abertos de forma independente encerram suas atividades. No caso das franquias esse número cai para 8%. Isso significa que é oito vezes mais seguro montar um negócio em franquias. Então, muita gente vem procurar o seu primeiro negócio nesse formato por entender que a franquia traz mais segurança para o seu investimento”, disse em entrevista coletiva.
Outro fator destacado por Friedheim para explicar o crescimento do setor é a questão de se poder investir em um modelo de negócio já pronto, com serviços e produtos já bem desenhados.
“Se eu pudesse definir o franchising em uma palavra seria ‘acesso’. Quando uma empresa se franqueia ela tem acesso a uma marca, a um know-how operacional, a ganho de escala, a participação de uma rede de negócios, a uma gestão mais profissional e a um marketing mais profissional. Além disso, hoje em dia, o franqueado tem voz ativa nos processos de gestão da franqueadora”, ressalta.
O vice-presidente da ABF, Tom Moreira Leite, acrescentou que as franquias também tem se mostrado mais resistentes a ciclos de crise econômica e com maior capacidade de recuperação.
“Em ciclos recessivos, como o de 2008 e 2009, em função da crise das hipotecas nos Estados Unidos, ou o de desacelaração econômica que começou no segundo semestre de 2014, bem como o da pandemia, o franchising ou se recuperou de forma mais veloz ou cresceu mais que o PIB. No primeiro trimestre deste ano, nós crescemos acima de 8%”, pontua.
Friedheim lembra, contudo, que o processo de franqueamento não acontece de forma imediata. “Uma franquia não pode ser vendida em uma feira. Há uma legislação sobre franquias que estabelece prazos a serem cumpridos em relação a assinaturas de contratos. Existe, ainda, a circular de oferta de franquias. Um franqueador só pode assinar um contrato para um futuro franqueado depois de dez dias da entrega dessa circular”, explica.
Durante o evento, uma das marcas expositoras com sede no Ceará, a Sobrancelhas Design, recebeu o prêmio “Destaques na Internacionalização”, da ABF. A empresa tem 31 unidades em 7 países das Américas.
O CEO do grupo, Marcos Barriviera, destacou, após a entrega da premiação, ter percebido rapidamente que o modelo de negócio que ele administra era aplicável em outros lugares do mundo”.
* O repórter Adriano Queiroz viajou à convite da ABF Franchising